Aos 81 anos, Antonio Messias de
Campos morreu vítima de um AVC em Osasco.
24/11/2011 - 20:28
EPTV.com - Leandro Filippi
Morreu nesta quarta-feira (23)
vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Antonio Messias de Campos, o
Toniquinho Batuqueiro. Natural de Piracicaba, Batuqueiro foi enterrado nesta
quinta-feira às 10h30 no Cemitério Santo Antônio, em Osasco. Ele estava com
81 anos e deixa cinco filhos e cinco netos. A morte foi confirmada pelo
produtor musical Renato Dias, que trabalhou com o sambista no disco
"Memória do Samba Paulista de Toniquinho Batuqueiro", de 2009.
Batuqueiro é um dos protagonistas
da evolução da história do samba de São Paulo contribuiu para a formação de
diversas escolas. Pelo menos três sambas enredos de sua autoria foram para a
avenida no Grupo Especial do Carnaval paulistano. Dois pela Vila Maria e um
pela Rosas de Ouro. O primeiro em 1972 pela Rosas, "Brasil de ontem,
Brasil de hoje”. Ele passou pela Vila Maria, Império do Cambuci, Rosas de Ouro
e Unidos do Peruche, agremiação que participou da fundação.
Gravações
Sua primeira gravação foi ao lado
do amigo Plínio Marcos, no disco "Plínio Marcos em prosa e samba, nas
quebradas do mundaréu", lançada em 1974. “Ele representa o sotaque caipira
do samba. É a encarnação do samba paulista”, diz Dias, que convivia com
Batuqueiro há oito anos e destaca seu trabalho pela originalidade de “não
imitar o jeito carioca de cantar”. Batuqueiro compôs mais de 60 sambas.
Homenagem
No Carnaval de 2012, o Cordão
Grêmio Recreativo de Resistência Cultural Kolombolo irá homenagear Batuqueiro
em um desfile nas ruas da Vila Madalena, em São Paulo. Segundo
Dias, fundador da agremiação, o tema "Toniquinho Batuqueiro - O Sotaque da
Bantologia Caipira no primeiro decanato do galo rubro-negro” já seria levado às
ruas antes da morte do sambista. “É uma pena não fazer um desfile com a
presença dele, mas terá uma emoção a mais”, comenta.
Em 2010 a Filó Comunicação
Educação e Arte em uma parceria com o historiador Pablo Delvage Carajol e com
apoio do SESC Piracicaba e do Centro de Documentação, Cultura e Política Negra
de Piracicaba gravou um mini documentário em que Batuqueiro fala
da sua relação com a cidade.
Há dez anos Batuqueiro estava com
glaucoma. Sua esposa faleceu em fevereiro de 2011, também vítima de um AVC.