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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Cor da Arte. Mensagem do Samba do Sino 2016

Cor da Arte
Carlos J Fernandes Neto

Era Uma Vez Uma sociedade chamada Tons de Cinza, uma pequena localidade, afastada e esquecida por todos. Tendia para a Luz, mas nunca seria Clara totalmente para demonstrar que nada será como queremos e poderia ser, e de outro lado tendia para o Escuro, mas nunca chegaria ao Escuro total propriamente dito, pois sempre a escuridão ainda poderia ser maior.

A elaboração das leis era de responsabilidade da classe legisladora e aos seus descendentes de sangue – apesar de passarem por processo votante, sempre apoiado pelo executivo e negociado com o judiciário, e tudo faziam para perpetuar os Tons de Cinza de forma a garantir continuidade à pequena elite controladora do sistema Cinzento.


O alimento faltava, a saúde era precária, a educação só era pensada para a pequena elite do Sistema Cinzento, moradia então, essa é melhor nem contar. Os acordos, negociatas e corrupções que geram o prejuízo ao bem público eram corriqueiros, e as leis mudavam a cada momento para melhor beneficiar os infratores.

Os anciões dão conta que há muito o departamento de cultura, arte e entretenimento foi praticamente excluído do dia a dia desta sociedade acinzentada. Seus fazedores de arte, brincantes, cantadores e contadores de história e toda a classe de artistas foram por muito tempo ridicularizado e praticamente desapareceu, pois em nada poderia ajudar, somente agregar mais despesas. O povo foi entristecendo, não expressava mais seus sentimentos, não cantava, e com tudo isto reduzia seu consumo.


O processo produtivo foi declinando e para manter seus lucros os preços foram aumentando e as contrapartidas pelo trabalho foram sendo reduzidas com prejuízo dos postos de trabalho. A situação só piorava, pois fica “escuro” (para nós seria claro) que com menos pessoas para produzir, comprar e fomentar o mercado todo estava ruindo.

Mas, num período de transição corruptiva novos senhores - que ascenderam ao poder abruptamente, implantaram em menos de três meses um sistema revolucionário para educação – tudo o que não foi conseguido em mais de 500 anos agora resolvido em apenas três meses, verdadeiros pensadores, filósofos e gênios.

No meio de tanto caos um grupo mambembe adentra a cidade cinzenta com seus contorcionistas – o povo precisava mesmo, mágicos – mais que necessários, dançarinas – de dançar o povo entendia, atores e atrizes, poetas e escritores, músicos e cantantes, foram seguidos por uma multidão de brincantes chamado irritantemente de povo.


Por onde passavam, deixavam sinais das cores, as serpentinas, os confetes, as alegorias, as fantasias, os sonhos, as alegrias. Lembraram de seus ancestrais, se reuniam em torno das fogueiras, cantaram e contaram as histórias de seus avós como se nunca as tivessem cantado ou contado.


Começa uma busca por tecidos coloridos, por adereços, por livros. Os locais públicos começam a ser ocupado culturalmente pelos fazedores de arte. Em pouco tempo a economia volta a aquecer, o povo mais cheio
de vida consegue produzir mais, o ganhos aumentam e a contrapartida pelo trabalho também. Novos interlocutores são eleitos, o equipamento público fica mais enxuto, profissionais de suas áreas resolvem problemas de moradia, educação, saúde e necessidades básicas de higiene. O arco íris da vida volta clareando de vez a pequena localidade cinzenta.

A Arte e a Cultura são o alimento da alma, sem o qual uma sociedade não pode entender sua identidade, e um povo que não tem sua identidade cultural é dominado e facilmente controlado ao bel prazer de seus mandatários. A arte, cultura e todas as suas linguagens não dá conta de tamanha envergadura sozinha como pudemos ver nesta obra de ficção, mas é inegável a sua importância para a identidade cultural de um povo, participando do desenvolvimento social e cultural de uma nação.

Obs – Trata-se de uma obra de ficção, qualquer semelhança é mera coincidência.
Em caso de agravamento da falta de cultura PROCURE um Artista.

Esta ficção foi a forma encontrada para poder agradecer os aplausos – e vaias, que recebemos durante nossa trajetória.

Os integrantes do Samba do Sino desejam um Natal e Ano Novo muito COLORIDO para toda a nação!


Samba do Sino no Programa Guarulhos e Cartaz ás 15 horas NET Canal 3

O Grupo Samba do Sino é entrevistado no Programa Guarulhos em Cartaz com a apresentadora Gaby Blume. Conheça um pouco sobre a história do Samba do Sino.


Revista Samba Acadêmico Especial Dia do Samba Edição 9 ANO I Dezembro 2016

Revista Samba Acadêmico Especial Dia do Samba. Nesta edição temos a transcrição integral da Carta Magna do Samba extraída do I Congresso Nacional do Samba de 1962, e também as respectivas contestações de Rossini Tavares de Lima. Tem Samba de Pirapora, Comunidades de Samba e muito mais. Não esqueça o Assinante fica informado antecipadamente, já recebeu por e-mail a sua Revista desde 0 dia 01-12-2016. Assine Gratuitamente você também através do link abaixo: