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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sinhô, aniversário de nascimento em 18 de setembro


José Barbosa da Silva mais popularmente conhecido como Sinhô (08 de Setembro de 1888 - 4 de Agosto de 1930), foi um compositor brasileiro. Considerado um dos mais talentosos compositores de samba, para muitos o maior da primeira fase do samba carioca.

Filho de um pintor, admirador dos grandes chorões da época, foi estimulado pela família a estudar flauta, piano e violão.

Casou-se cedo, aos 17 anos, com a portuguesa Henriqueta Ferreira, tendo que labutar para sustentar os três filhos. Por volta de 1911, tornou-se pianista profissional, animando os bailes de agremiações dançantes, como o "Dragão Club Universal" e o "Grupo Dançante Carnavalesco Tome a Bença da Vovó". Não perdia nenhuma roda de samba na casa da baiana Tia Ciata, onde encontrava os também sambistas Germano Lopes da Silva, João da Mata, Hilário Jovino Ferreira e Donga.

Ficou surpreso quando Donga, em 1917, registrou como sendo dele (em parceria com Mauro de Almeida) o samba carnavalesco “Pelo Telefone”, que na casa da Tia Ciata todos cantavam com o nome de “O Roceiro”. A canção, que até hoje é motivo de discussões, gerou uma das maiores polêmicas da história da música brasileira, com vários compositores, entre eles Sinhô, reivindicando sua autoria. Para alimentar a polêmica, compôs, em 1918, “Quem São Eles”, numa clara provocação aos parceiros de Pelo Telefone. Acabou levando o troco. Exclusivamente para ele, foram compostas “Fica Calmo que Aparece”, de Donga, “Não és tão falado assim”, de Hilário Jovino Ferreira, e “Já Te Digo”, de Pixinguinha e seu irmão China, que traçaram-lhe um perfil nada elegante: (“Ele é alto e feio/ e desdentado/ ele fala do mundo inteiro/ e já está avacalhado...”). Pagou a ambos com a marchinha “O Pé de Anjo”, primeira composição gravada com a denominação marcha.

O gosto pela sátira lhe trouxe alguns problemas mais sérios, quando compôs “Fala Baixo”, em 1921, um brincadeira com o presidente Artur Bernardes. Teve de fugir para casa de sua mãe para não ser preso. Cultivou a fama de farrista, promovendo grandes festas em bordéis, o que não o impediu de ganhar o nobre título de “O Rei do Samba” durante a "Noite Luso-Brasileira", realizada no Teatro República, em 1927.

Durante o ano de 1928, ministrou aulas de violão a Mário Reis, que se tornaria o seu intérprete preferido e que lançaria dois dos seus maiores sucessos: “Jura” e “Gosto Que Me Enrosco”. Compôs o último samba, “O Homem da Injeção”, em julho de 1930, um mês antes de sua morte, no entanto a letra e a melodia deste samba desapareceram misteriosamente, não chegando ao conhecimento do público.

Morreu em decorrência da tuberculose, a bordo da barca "Terceira", durante uma viagem entre o Centro do Rio e a Ilha do Governador, onde morava. Seu velório e funeral foram descritos com tintas literárias por Manuel Bandeira.

Em 1952, sob a direçao de Lulu de Barros, a atriz Carmen Santos produziu o filme “O Rei do Samba” sobre a trajetória de vida de Sinhô. De acordo com Tinhorão Sinhô foi o primeiro a compor a Bossa Nova.

No dia 05 de dezembro de 2010, foi ao ar, pela TV Brasil, o programa “De Lá Pra Cá”, (vídeo disponível no blog www.sambadosino.blogspot.com) com apresentação Anselmo Góis e Vera Barroso, onde se focou a história de Sinhô que, neste ano, completava 80 anos de falecimento. O programa, que teve a participação dos cantores Zeca Pagodinho, Teresa Cristina, Marcos Sacramento, Clara Sandroni e Luiz Henrique, contou também com a entrevista do pesquisador André Gardel.

Em 2011, para comemorar os 100 anos do surgimento de Sinhô para o cenário artístico como músico, em 1911, e 80 anos de saudade do grande mestre, o cantor Luiz Henrique, o showman Bob Lester e a cantora de rádio Marion Duarte homenageiam Sinhô com o show “Tributo ao Rei do Samba Sinhô”, que foi apresentado em points da cidade do Rio de Janeiro como o Salão Vip do Amarelinho da Cinelândia, o Teatro do SESC de Madureira e a Estudantina Musical da Praça Tiradentes. No espetáculo, os cantores interpretaram grandes sucessos do Rei do Samba, como “Jura”, “Gosto Que Me Enrosco”, “O Pé de Anjo”, “Sabiá”, “Sonho de Gaúcho”, entre outros. O show também foi ilustrado com canções de compositores contemporâneos de Sinhô, como Pixinguinha e Noel Rosa.

Assista vídeo programa “De Lá Pra Cá” com apresentação de Anselmo Góis e Vera Barroso: