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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Carnaval 2013 SP BLOCO "PEGA O LENÇO E VAI"


Ensaio Geral Domingo 19/02/2013

O que:- ENSAIO GERAL.
Quem:- BLOCO DE SAMBA “PEGA O LENÇO E VAI” 2013
Quando:- 19/01/2013
Horário: 15h
Onde: CCDL - Centro Cultural Dona Leonor
End:- Rua San Juan, 121 Parque das Américas - Estação CPTM Guapituba. Uns 5 minutos a pé da estação Guapituba.

TEMA: LUIZ GAMA
CARTA ABERTA
O Bloco de Samba Pega o Lenço e Vai foi criado por um grupo de trabalhadores. O bloco se reúne há três anos para levar as ruas do Parque das Américas (Mauá – SP), um momento lúdico e de protesto. O grande objetivo é trazer à tona personalidades negras do Brasil, garantindo a lei 10.639/2003 que exige que as escolas públicas (Municipais e Estaduais) e particulares introduzam a historia do negro, negligenciada até então do currículo escolar nacional. Porém, observamos que não há um esforço para o cumprimento desta lei, uma vez que a formação no ensino superior, também nega as lutas e as contribuições do negro para o desenvolvimento do Brasil, ao longo dos seus 512 anos. Assim, este ano apresentamos em nosso tema uma das figuras mais relevante da historia do Brasil: Luiz Gonzaga Pinto da Gama, ou simplesmente, LUIZ GAMA. Nascido em 21 de junho de 1830, na cidade de São Salvador, capital da Bahia, Luiz Gama era filho de Luiza Mahin, africana livre, oriunda da Costa da Mina (Nagô de nação). Luíza, descrita por Luiz Gama era uma mulher rebelde e insubmissa, que não aceitava a escravidão, e juntamente com um grupo de africanos de diversas nações participou na Revolta dos Malês (25 de janeiro de 1835, São Salvador – Bahia). Seu pai, um fidalgo português o vendeu aos 10 anos de idade para o mercado de escravos de forma ilegal, como pagamento de uma dívida de jogo. O menino Luiz Gama passa pelo Rio de Janeiro, e desembarca no porto de Santos. Ele é trazido para Campinas a pé, porém ninguém o quer como escravo, por ele ser baiano. (Naquele momento, escravos oriundos da Bahia eram tidos como escravos insubmissos, causando problemas aos seus donos.). Desta forma, ele continua com o seu “dono”. Aos 17 anos, aprende a ler, escrever e a contar alguma coisa, com a ajuda de um Alferes que havia se instalado na fazenda que o pequeno Luiz se encontrava. Buscando compreensão de sua história, descobre que fora vendido de forma ilegal, em 1848 e foge da fazenda. No mesmo ano, senta Praça na Força Pública da Província de São Paulo, onde trabalha até 1854, e então recebe baixa por insubordinação, pois ameaçou um oficial que o havia insultado, ficando preso por 39 dias. Na busca por aprimoramento intelectual, Luiz Gama consegue um novo emprego no serviço público como escrivão e perante diversas autoridades policiais foi nomeado amanuense (Escrevente de documentos Oficiais) da Secretaria de Polícia, onde serviu até os seus 38 anos, sendo demitido em 1869 devido sua defesa pública a um africano de nome Jacinto, de Minas Gerais, aportado no Brasil após 1831, ano em que foi aprovada uma lei que proibia o tráfico de africanos em terras tupiniquins. Luiz Gama lança em 1859 um livro de poemas no qual utiliza toda sua destreza e inteligência em suas “Primeiras Trovas Burlescas de Getulino” (De 1859 - 1ª Edição e de 1861 - 2ª Edição – Sob pseudônimo Getulino). Apesar de sofrer um abalo econômico, por estar sem emprego, empreende a carreira de jornalista, para assim, continuar em sua luta abolicionista. Iniciou como tipógrafo no jornal O Ipiranga e já em 1869, passou a fazer parte da redação do jornal Radical Paulistano em um ambiente com grandes personagens como Castro Alves, Joaquim Nabuco e Rui Barbosa. A partir de 1868, Luiz Gama iniciou um dos seus feitos memoráveis, no trabalho como rábula (Advogado sem diploma – atividade permitida na época), no qual, o exercia em defesa de escravos nos tribunais do Império, pelas suas alforrias. Tem-se noticia de que conseguiu alforriar cerca de 500 negros escravizados. Em uma de suas defesas, ele pronuncia a seguinte frase: O escravo que mata seu senhor, seja em quais circunstâncias for, mata sempre em legitima defesa! Estendendo suas ações em prol de uma sociedade livre, acompanhado de personalidades como Dr. Américo Brasiliense e José Luiz Flacquer entre outros, inicia a tentativa de fundação do Partido Republicano. Porém, após o Primeiro Congresso Republicano, em São Paulo Luiz Gama, descontente com o posicionamento do partido em não discutir a abolição da escravidão sem concessão de indenização aos donos de escravos, passa a fazer críticas aos Republicanos. Ressaltamos ainda a sua luta através da Imprensa, no qual foi um dos idealizadores, criadores e colaboradores dos jornais humorísticos “O Diabo Coxo” (De 1864 – 1865 - Sob pseudônimo Getulino), o “Cabrião” (De 1866 – 1867 - Sob pseudônimo Barrabás), “Radical Paulistano” (De 1869), “O Coaracy” (De 1876), “O Polichinelo” (De 1876). Em 24 de agosto de 1882, morre vitima de Diabetes, em São Paulo. Por isto, este ano de 2013, o Bloco de Samba “Pega o Lenço e Vai”, traz a memória deste que foi uma das figuras mais atuantes no cenário político do Brasil Imperial, combatendo a escravidão de todas as formas. Sendo ele negro e ex- escravo, transformou a historia do Brasil, abalando com a estrutura do sistema escravista. Eis aqui, Luiz Gonzaga Pinto da Gama, ou simplesmente:

LUIZ GAMA. (1830 – 1882)

“O livro é o mais útil e sincero amigo do homem bom.”
O Polichinelo, de 27 de agosto de 1876.