Em 1967, um artista começava a se
tornar a única unanimidade nacional, como definiu à época Millôr Fernandes. O
jeito tímido, o ar de genro ideal e os caprichados sambas tradicionais
diferenciavam Chico Buarque da turma que pretendia revolucionar a música
brasileira: a Tropicália. Por isso, passou a ser tachado de antiquado pelo
movimento. Em resposta aos tropicalistas, Chico escreveu um artigo no jornal
Última Hora sob o título “Nem toda loucura é genial, nem toda lucidez é velha”.
E muitos viram em Essa Moça Tá Diferente o contra-golpe mortal. Na canção, a
personagem anseia se modernizar a qualquer custo, desdenha de tudo que pareça
velho, mas samba escondida, que é pra ninguém reparar.