Wilson
Simonal de Castro (Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 1938 — São Paulo, 25 de
junho de 2000) foi um cantor brasileiro de muito sucesso nas décadas de 1960 e
1970, chegando a comandar um programa na TV Tupi, "Spotlight", e dois
programas na TV Record, "Show em Si... Monal" e "Vamos
S'imbora", e a assinar o que foi considerado na época o maior contrato de
publicidade de um artista brasileiro, com a empresa britânica Shell.
Cantor
detentor de esmerada técnica e qualidade vocal, Simonal viu sua carreira entrar
em declínio após episódio no qual teve seu nome associado ao DOPS, envolvendo a
tortura do seu contador Raphael Viviani. O cantor acabaria sendo processado e
condenado por extorsão mediante sequestro, sendo que, no curso deste processo,
redigiu um documento dizendo-se delator, o que acabou levando Simonal ao
ostracismo e a condição de pária da música popular brasileira.
Seus
principais sucessos são "Balanço Zona Sul", "Lobo Bobo",
Mamãe Passou Açúcar em Mim, "Nem Vem que não Tem", "Tributo a
Martin Luther King", "Sá Marina" (que chegou a ser regravada por
Sérgio Mendes e Stevie Wonder, como "Pretty World"), "País
Tropical", de Jorge Ben, que seria seu maior êxito comercial, e "A
Vida É Só pra Cantar". Simonal teve uma filha, Patrícia, e dois filhos,
também músicos: Wilson Simoninha e Max de Castro.
O Contrato com a Shell e o último
Alegria, Alegria
Ricardo
Amaral, um empresário carioca, resolve promover uma turnê de Sérgio Mendes no
Brasil. Fala com a Shell atrás de patrocínio e consegue agendar 17 shows a
serem realizados em 20 dias, por todo o país, com cachê de 1 milhão de dólares
por apresentação para o artista. O contrato incluía uma apresentação a ser
gravada e transmitida pela TV Tupi, no Clube Monte Líbano, e uma apresentação a
preços populares no Maracanãzinho, a última da turnê. Pelo tamanho do
Maracanãzinho, o show foi "engordado" com outras atrações como Jorge
Ben, Marcos Valle, Gal Costa, Maysa, Milton Nascimento, Os Mutantes, Gracinha
Leporace, Pery Ribeiro e Wilson Simonal. Caso sobrassem ingressos eles serim
comprados pela Shell e utilizados em promoções nos seus postos de gasolina.
Ficou
acertado que Simonal faria o show que antecederia ao de Sérgio Mendes com os
grupos Brasil '66 e Bossa Rio. No dia 5 de julho de 1969, trinta mil pessoas
lotavam o Maracanãzinho, não tendo sido necessária a compra dos ingressos pela
empresa patrocinadora. O destaque negativo do show era o som dos Amplificadores
que eram engolidos pelo barulho que vinha da platéia. Simonal entrou nervoso já
que nunca tinha tocado para um público tão grande e, além do mais, para ele e
sua banda aquele público estava ali para ver Sérgio Mendes. Mas o que aconteceu
viraria notícia em toda a imprensa no outro dia: Simonal tocou seis ou sete
músicas - apenas hits - e foi ovacionado, com a platéia cantando junto com ele durante
todo o show, além de ter divido o público em vozes tal como fazia no seu antigo
programa de tv durante "Meu Limão, meu Limoeiro". O sucesso foi tanto
que, quando o show terminou, Simonal desmaiou no camarim.
Foi
nesse clima que Sérgio Mendes subiu ao palco e iniciou sua apresentação. Quando
começou a tocar "Pretty World" (sua versão de "Sá Marina")
o público delirou. Entretanto, quando as vocalistas de sua banda começaram a
cantar a letra em inglês, a platéia começou em coro a gritar "Simonal!
Simonal!". Somente quando o cantor subiu ao palco para cantar "Sá
Marina" o público sossegou. Sérgio Mendes acabaria sendo muito aplaudido
quando tocou sua versão de Mas que Nada. A cobertura da imprensa foi
extremamente favorável a Simonal, enaltecido mais do que Sérgio Mendes por
alguns (como Nelson Motta no jornal Última Hora). O Pasquim tripudiou em cima
de Sérgio Mendes, considerado vendido pelo tablóide, e publicou que Simonal
"jantou" o músico niteróiense.
O
impacto do show foi tão grande na cúpula de marketing da Shell, que estava assistindo
a tudo no Maracanãzinho, que Simonal passou a ser sondado para assinar um
contrato como garoto propaganda da companhia. Enquanto estava em conversações
com a empresa, o cantor lançou o que viria a ser o seu maior sucesso comercial,
País Tropical. Simonal conheceu a canção quando foi levado por Jorge Ben para
assistir a um show de Gal Costa, com quem Jorge Ben estava tendo um caso. Lá o
cantor viu Gal cantar "País Tropical" e, ignorando a preferência dada
por Jorge Ben para a cantora gravá-la, arrastou-o para o estúdio para mostrar a
canção a sua banda. Simonal fez grandes modificações na música, cortando
estrofes inteiras, introduzindo menções ao slogan da Shell na época ("algo
mais") e inventando um bis para a música no qual cantava-se apenas a
primeira sílaba das palavras, criando o célebre termo "patropi",
utilizado até hoje para referir-se ao Brasil.
Fonte
Wikipédia
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