Tranquila em Festa
Encontro da Escola Estadual
Jardim Tranquilidade
Por Carlos J Fernandes
No último dia 29 de setembro de 2018 alunos do
Jardim Tranquilidade se reuniram no Clube Recreativo. Estivemos TODOS juntos
pela última vez há 46 anos, um pouco mais um pouco menos, época que ainda
colocávamos nossos aventais brancos que trazia no bolso a logo da Escola
Estadual Jardim Tranquilidade, e caminhávamos para a sala de aula, alguns no
período Vespertino outros Noturno. Sempre há os encontros aqui e ali, mas todos
numa concentração de confraternização e lembranças aconteceram no último sábado
do mês de setembro.
Fundação
O Grupo Escolar João Álvares de Siqueira Bueno foi
criado por decreto publicado em 29 de junho e instalado em 01 de agosto de
1950. Inicialmente denominado como Grupo Escolar de Gopoúva. Depois também
batizado de Colégio Estadual Jardim Tranquilidade. Anos depois foi transferido
para um prédio novo – Escola Estadual Fábio Fanucchi.
Jardim Tranquilidade
Alan Kardec. Assim foi batizado originalmente o
bairro. Suas ruas trazem um significado inigualável, pelo menos não conheço
outro local que tenha tanta história gravada nos nomes de suas ruas, que por si
só é uma verdadeira aula. Os nomes das ruas foram emprestados por personagens
que marcaram a historia brasileira.
Em 1950 o bairro adquire o nome atual de Jardim
Tranquilidade, adotando o nome da Imobiliária que realizou o loteamento.
No gene traz um código Cultural inigualável. Ainda
carente de luz elétrica os moradores criam a Associação dos Amigos do
Tranquilidade, em seguida em sistema de mutirão constroem a sede (onde hoje é a
Praça Nossa Senhora de Fátima) que passa a ser denominada de GALPÃO.
Rapidamente se torna centro de referência para os moradores, com festas,
cinema, shows de música, teatro, etc.
No bairro surgiu a primeira Escola de Samba de
Guarulhos, a Dois Rubis. O primeiro time profissional da cidade FLAMENGO.
Corpo Docente
A vocação por certeza já existia, porem havia
necessidade do encaminhamento, do aprendizado e do exemplo. Mais uma vez fomos
iluminados, foi disponibilizado um material humano de alta patente que nos
empurrou ladeira acima e depois nos soltou ladeira abaixo, porque sabiam que
não iriamos mais cair. Nossos professores, mestres que souberam nos fazer
trilhar um caminho prospero do saber e do conhecimento.
E assim foram formados médicos, dentistas,
engenheiros, arquitetos, músicos, atores, escritores, compositores,
professores, diretores de escola, etc.
Para nosso deleite estavam presentes neste encontro
Professores: Izabel, Brites, Galvão e por vídeo conferência Flávio. Ficaram até
o final do encontro, sinal que aprovaram o trabalho realizado.
Alunada
Emoção, lembranças alegres e tristes, assim como é a
vida. Lembramos de nossos amigos que já partiram e se encontram junto ao Grande
Arquiteto. Lembramos de nossos amigos que não puderam estar presentes neste
encontro. Lembramos de nossos amigos que ainda temos que convidar para um
próximo Encontro. Lembramos daqueles que nossa memória demorou um pouco a nos
ajudar recordar. Afinal são mais de 45 anos, quem sobrevive a tudo isso.
Respondo: NÓS. É possível conhecer pessoas de nosso campo de convivência de
quase meio século (caraca é muito tempo), SIM foi possível conhecer e no
momento seguinte era como se não existisse esse lapso de tempo, será que somos
ATEMPORAL.
Lembramos de várias histórias, cada rodinha, cada
grupinho, cada mesa se divertia e rememorava.
Uma Homenagem
Num determinado momento a Nicinha aparece com uma
bexiga em forma de coração com o nome do Igino escrito. Todos fizeram questão
de pousar com a tal bexiga para uma foto em homenagem ao Igino que teve que
passar por uma cirurgia urgente na quinta feira que antecedeu o Encontro. Mas
já se encontra em sua casa em franca recuperação. Força Igino.
Administradores
Aos administradores Wilson e Nicinha e a todo equipe
que esteve junto para que tudo ocorresse da melhor forma, nosso muito obrigado.
Foi muito bom. Que Venham Outros Encontros.
Tranquila Continua em Festa. Até o próximo.
CONFIRA OS PROFESSORES E A ALUNADA QUE CONFIRMOU
PRESENÇA:
Prof. FLÁVIO(Física) – Prof. GALVÃO(Biologia) –
Profª Izabel(Português) – Prof. FERNANDO
ALCYR Boletta - AMADOR Gilberto Cassiano - ANTONIO
RAIMUNDO Bezerra - ARI Aristides de Souza - CARLINHOS José Fernandes Neto -
CARLOS Alberto Fernandes - CECÍLIA Mouro - CLAIR Carvalho - DENISE Boletta -
EDSON Carvalho - EDSON Fragnan - ELAINE Lacerda - ELISA Faria - ELISA Schernik
- ELIZABETH Andreus - ELIZABETH de Moura - ERVELI Schernik de Souza - EUINICE
Bezerra Vieira - EZIQUIEL Brandão - GISELDA Oliveira - IGINO Belfiore - IZAURA
Baggio - JAIM,E Pereira Guerra - JAIME Rebelo - JANICE Marques da Silva -
JARDEL Faria - JORGE Luiz - ZÉ CARLOS Patrício - José Roberto FONSECA - LUIZ
Bezerra - Luiz Carlos ROCHINHA - LUZIA Valério - MAGALI Gomes - MARA Regina
Gonçalves - MÁRCIA de Camargo - MÁRCIA de Camargo - MÁRCIA Coutinho de Brito -
MÁRCIA Cunha - MÁRCIO Baggio - MARGARETH Pummer - CIDINHA de Oliveira - MARIA
LUIZA S Nunes - MARLENE Angelo - MARCOS Innocencio - MIRIAM Santos - NICINHA
Eunice S S Santos - ODAIR Valério -
PEDRO Gioia - REGINALDO Baggio - ROSANA Sant’ana - ROSE Garcia (Fernandes) -
ROSE Camacho - ROSELI Enedina da Silva - ROSELI Palitos - ROSELY Camargo -
SALETE Vitiello - SÍLVIA Galhardo - SÍLVIO Guarde - SOLANGE Fernandes - SONIA
Aulicino - SONIA Marcia Faria Prilip - SONIA Smith - VÂNIA Montanhani -
WASHINGTON Fernandes - WILSON José de Araújo.
Para ver todas as fotos do evento acesse:
Ele também estudou na Escola João Álvares no Jardim
Tranquilidade
Ao lado direito do Gabriel Jesus de camisa verde é o José
Eduardo - padeiro. Estudamos no Colégio João Álvares no Jardim Tranquilidade.
Padeiro porque sua família era dona da padaria na Av São Paulo enfrente ao
Baco Itaú
Foto enviada pelo Prof. Aécio.
Desfile cívico de 07 de setembro 2012 pelas ruas do Jardim Tranquilidade.
O Grupo Escolar João Álvares de Siqueira Bueno foi criado por decreto publicado em 29 de junho e instalado em 01 de agosto de 1950. Inicialmente denominado como Grupo Escolar de Gopoúva. Na ocasião funcionava em dois períodos letivos, contando com 04 professores e com 165 alunos, sendo 85 do sexo feminino e 81 masculino. Contava ainda com 01 substituto, 04 leigas, 01 servente diarista. Tinha como horário de funcionamento das 8h55min às 11h55min – 02 classes e das 12h10min às 16h10min – 02 classes. A primeira diretora foi Linda Nauar. Hoje é denominado como E.E. João Álvares de Siqueira Bueno.
A EE Joao Alvares Siqueira Bueno, localizada no bairro Jardim Tranqüilidade, na cidade de Guarulhos, estado São Paulo, está situada na R Cabo Antônio Pereira da Silva 438.
Atualmente Denise Bolleta (setembro de 2011) é a diretora da escola. Denise é moradora do bairro, profissional comprometida com as questões educacionais e de desenvolvimento sócio-culturais, motivadora por excelência, com certeza está transformando o saber na região do Jardim Tranqüilidade. Hoje esta Instituição de Ensino tem 1.400 alunos matriculados, 86 professores, distribuídos entre Ensino Fundamental e EJA, com três períodos letivos, sendo o último à noite especificamente para alunos do EJA. A escola possui um blog que pode ser consultado no endereço http://www.joaoalvares.blogspot.com/ .
Neste último dia 07 de setembro de 2011, tivemos a oportunidade de ver a dedicação destes profissionais da educação, liderados pela Diretora Denise, na elaboração de um desfile cívico pelas ruas do bairro do Jardim Tranqüilidade. A escola não tinha nem instrumentos musicais para sua fanfarra, muito menos alunos aptos para tocar os instrumentos há alguns meses atrás, diríamos que era uma missão quase impossível. Pois bem, conseguiram instrumentos que não estavam sendo utilizados em outra escola da região, reformaram e partiram para os ensaios. Resultado, no dia 02 de setembro desfilaram na Praça do Jardim Vila Galvão. Neste dia 07 de setembro, realizaram um belo desfile que contou com 120 alunos e a participação dos professores. Neste dia 07, o desfile teve sua concentração na Rua Vinicius, percorreu as Ruas Jacob, Praça N.S. Fátima, Manoel Quintão, Bezerra de Menezes, Cabo Antonio Pereira da Silva e dispersão na Vinicius.

Em conversa com a educadora Denise Bolleta nos confidenciou que pretende realizar um jantar com ex-alunos da escola muito brevemente.
Siqueira Bueno
Siqueira Bueno dá nome a família que teve grande participação política na capital do Estado de São Paulo, no final do século XIX, e na história da cidade de Guarulhos, incluindo o período de emancipação, quando ainda se chamava "Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos". Nesta região os representantes da Família possuíam terras que, segundo consta nos arquivos da cidade, estavam localizadas onde é hoje a Base Aérea de São Paulo, o Aeroporto Internacional e a Cidade Satélite Industrial de Cumbica. (RANALI, João. Repaginando a História: Guarulhos. São Paulo: Soge, 2002.)
João Álvares de Siqueira Bueno
Nascido no núcleo central de Guarulhos, provável “inspirador da lei que elevou” a “Freguesia” à “Vila”, era grande proprietário de terras na região, além de possuir propriedades na Capital (Romão e Noronha, 1985 p. 96). Figura de ponta da política regional, João Bueno, como ficou conhecido, pertenceu ao Partido Liberal, foi deputado provincial (1880-1881 e 1884-1885), vereador e Intendente de Higiene da Capital (O Estado de São Paulo, 17/11/1912).
Após emancipação de Guarulhos, João Bueno teve seu prestígio político elevado e interesses atendidos na nova “Vila”. Uma demonstração disso é que, em 30 de abril de 1891, em conjunto com Guilherme Maxwell Rudge, João Bueno obteve concessão da Câmara de Guarulhos para a construção de uma linha de bonde (ferro carril) por tração animada ou a vapor. Uma autorização com validade de 50 anos (Ata da Câmara, 30/04/1891). (Identidade urbana e globalização: a formação dos múltiplos territórios em ... Por Carlos José Ferreira dos Santos)
Sobre a emancipação de Guarulhos, João Álvares de Siqueira Bueno, na época deputado provincial, foi grande influenciador. A influência da Família é tão forte nesta cidade que rendeu a citação no hino do município: Tuas praças são livros abertos, / Onde lemos futuro e glória. / Crispiniano e Bueno fulguram / como vultos eternos na História.
João Álvares de Siqueira Bueno ainda dá nome a rua Siqueira Bueno, que junto com as ruas Fernando Falcão e Rua do Oratório formam o limite leste do bairro da Mooca.
CONHEÇA A ORIGEM DOS NOMES DA RUAS DE SEU BAIRRO
RUA BATUÍRA
Homenagem a António Gonçalves da SilvaRUA BEZERRA DE MENEZES
Homenagem a Adolfo Bezerra de Menezes

AV EMILIO RIBAS
Homenagem a Emílio Marcondes Ribas

Rua GABRIEL DELANNE
Homenagem a François-Marie Gabriel Delanne

RUA INÁCIO BITTENCOURT
Homenagem a Inácio Bittencourt

RUA JACOB
Homenagem a Frederico Figner

RUA LEON DINIZ
Homenagem a Leon Denis
RUA LOMBROSO
Homenagem a CESARE LOMBROSO
RUA MANOEL QUINTÃO
Homenagem a Manuel Justiniano Quintão de Freitas
RUA MIRABELLI
Homenagem a Carmine Mirabelli
RUA VIANA DE CARVALHO
Homenagem ao Major Dr. Manuel Viana de Carvalho
RUA VINICIUS
Homenagem a Pedro de Camargo
RUA DONA DICA
Homenagem a Benedita Cypriano Gomes.

RUA MARIA VALDERREZ CONTI
RUA JOÃO GERMANO DA SILVA
RUA CABO ANTONIO PEREIRA DA SILVA
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ASSIM NASCEU UMA EQUIPE DE FUTEBOL...
O que relato a seguir foi extraído de informações obtidas em vários momentos, de muitos moradores do bairro do Jardim Tranquilidade, o que ocorreu durante muitos anos, em conversas informais com objetivo apenas de conhecer o que os Cidadãos tinham para contar.
Na realidade, precisar o início ou o fim de alguma coisa é uma tarefa das mais difíceis de se Executar. Por que as idéias vão se fortalecendo, os conhecimentos vão se aflorando, o querer eo acontecer estão separados por um lapso de tempo, menor ou maior, porém não se pode precisar o tamanho desta abertura.
No início da década de 50, século XX, um jovem veio morar no recém formado então Bairro Jardim Tranqüilidade, batizado como anteriormente Bairro Alan Kardec, bairro com forte apelo das convicções espíritas, como podemos ver até hoje em nome de ruas que lembram pessoas ligadas ao espiritismo. (Ao lado da foto R Viana de Carvalho de 1951 - extraída do Livro "Jardim Traqnuilidade - um bairro e suas lembranças de Maria Thereza Avelino Testone)
Quem era este jovem, senão o POSITIVO E SUA FAMILIA. Certa vez, conversando com ele, perguntei o porquê do apelido. Esclareceu que se Tratava de uma gíria muito usada na época em que se mudou para o bairro, que representava "ESTÁ TUDO BEM", e que sempre utilizava a palavra para se expressar, fácil entender então como acabou sendo conhecido pelo apelido.
Outra história interessante é a de Moacir Bengala, que foi um jogador muito conhecido. Indaguei Positivo O porquê de Moacir Bengala. Me contou que numa certa ocasião haviam marcado encontro no Centro de Guarulhos com algumas garotas, se arrumaram e foram ao ponto de ônibus perto da estação do trem (O Trenzinho da Cantareira, e que Adoniran Barbosa eternizou com sua composição "Trem das Onze"). Acontece que o Moacir ficou um pouco para traz, e correndo entre a fumaça expelida pelo ônibus, Positivo vendo o amigo correndo, como era magro, gritou - "Olha uma bengala correndo ...", pronto, foi o suficiente para o Moacir virar Moacir Bengala.
Em conversas com antigos moradores do bairro, consegui depurar a história, a qual acredito ser o verdadeiro nascimento de uma equipe de futebol do Jardim Tranquilidade. Positivo, palmeirense de berço, seu irmão e outro amigo, o Borrachinha (que depois foi fotografo famoso na cidade de Guarulhos) resolveram montar um time de futebol, jogaria que suas partidas na Rua Cabo Antonio Pereira da Silva (antiga Rua Batuíra), exatamente Construído onde se encontra o Conjunto Habitacional Jardim das Petunias exatamente nenhum número 287. Devido ao Barro Preto do local, passou um ser denominado Campo do Barro Preto. E era preto mesmo, conheci este campinho de futebol pela década de 70, uma trave dava para a Rua Cabo Antonio ea outra fazia divisa com o grande muro que cercava o Sanatório Padre Bento (Hoje Complexo Hospitalar Padre Bento).
Para confeccionar o primeiro jogo de camisas, ganharam sacos de farinha, que foram alvejados pela sua mãe (Positivo), porém uma costura não caberia uma sua projenitora. Procuraram então um Dna.Guiomar, carioca de nascença que se prontificou camisas como confeccionar um, e acabou por sugerir que o time adotasse o nome de seu time de coração no Rio de Janeiro, o FLAMENGO, ocorreu assim, o tempo eo que começou como Palmerinha passou um ser conhecido como AA Flamengo. Fundado em 01 de junho de 1954, hoje em dia tendão como mascote o "Corvo". Ao final das contas, D Guiomar Pereira Xavier foi a primeira presidente do Clube Guarulhense. (Neste quesito foi mais rápido que o do Flamengo carioca só que agora em 2010 tem uma presidenta)
Quem poderia esperar que esta equipe pudesse trazer tantas glórias a cidade de Guarulhos, pois é assim. A equipe do AA Flamengo, foi a primeira equipe da cidade a chegar a Série A2 do Campenato Paulista de Futebol, e por duas Ocasiões esteve muito perto de Alcançar uma Divisão Especial. Isso só foi Possível pelas pessoas que lá estiveram e estão lá durante todos estes anos, uma glória para a cidade e para o bairro do Jardim Tranquilidade.
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A MUDANÇA DO CAMPO
Essa história me foi revelada pelo Prof. Laércio ( Lalá para os íntimos – José Aécio)
O campo, onde hoje se encontra o prédio da antiga empresa Renner – Tintas, que foi do AA Flamengo e SãoPaulino, era paralelo a av São Paulo, de um lado, e Rua Rio de Janeiro do outro lado. E durante muitos anos foi assim. As dificuldades eram muitas, a grande maioria ligada às questões financeiras, fardamentos, chuteiras e bolas de capotão, costuradas à mão, e quando chovia absorvia água e ficava muito pesada, adicione ainda o barro.
FOTO - a esquerda vemos o campo antes da mudança e ao fundo as bananeiras do quintal do Seu Coelho
Depois de muito desentendimento a solução era só uma...mudar o campo, não de local, mas sim a sua posição. Então ficou assim: Uma trave voltada para a R Rio de Janeiro e a outra voltada para a Av. São Paulo, desta forma era muito mais difícil para que a bola caísse no quintal do seu Coelho.
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CRÔNICAS E PROSAS
ARTE DE RESULTADOS
Carlos José Fernandes Neto - 13/04/2011
Até o ponto em que minha memória não me deixa falsear, estou inserido no panorama da arte, no seu mais amplo e irrestrito significado, desde minha infância, me pego recriando cenas vistas na TV, do Circo e por ai afora, ou criando mini peças de fantoches. Pois, ora, podemos entender arte como uma maneira de fazer uma coisa segundo determinada regra, como por exemplo, as inseridas nos meios: militar, da oratória, das artes dramáticas, ou quaisquer outras aqui não mencionadas. Porem, classificar arte pelo modo em que se obtém êxito nos remete ao sucesso de qualquer empreitada, e, aparentemente podemos não entender como sucesso um resultado alcançado.
Tal discurso é necessário para que seja possível riscar um paralelo da arte na cidade de Guarulhos. Tínhamos então, na década de 70, tão e somente o teatro da Biblioteca Municipal para exaurir nossas expressões artísticas e culturais. Claro, o teatro do Colégio Conselheiro Crispiniano e o Guimarães Roda da FIG, mas municipal só mesmo o da biblioteca. A Semana de Arte e Cultura da Cidade era o ponto alto. Efervesciam pela cidade vários grupos de teatro amador, alguns, me lembro Perspectiva, TEG, e o do qual participava o Grupo de Teatro Amador Fênix. Posteriormente, mais para a segunda metade da década de 70, tivemos a Casa de Cultura Paulo Pontes na Vila Fátima, e da qual fomos chamados a participar, inclusive das discussões estatutárias e também da primeira eleição da chapa diretora.
Mas retornando a Semana de Arte e Cultura, tínhamos que ter o registro do Grupo de Teatro, o do Fênix por exemplo havia sido concedido pelo órgão da Censura Federal, e também a censura prévia da Censura Federal. Para se obter tal certificação, tínhamos que levar cópias do texto a ser apresentado, dados dos atores, agendar uma data para apresentação, buscar o censor na Polícia Federal em São Paulo, realizar a apresentação com todas as indumentárias a este senhor exclusivamente e depois levá-lo de volta.
Bom de posse destas “LICENÇAS” estava apto a nos inscrever para uma ou mais apresentações na Semana de Arte e Cultura. Em casos especiais, e porque já tínhamos relacionamento na secretária, conseguíamos uma perua Kombi, branca, para buscar atores e um lanche bem simples, não me recordo, mas acredito que não havia nenhum suco ou refrigerante. A Prefeitura confeccionava um cartaz grande com todas as apresentações da Semana e também uma quantidade de ingressos, e a divulgação ficava por nossa conta e risco. Nós por exemplo, corríamos as escolas estaduais (Escolas Municipais eram muito poucas), solicitando autorização aos diretores para uma rápida palavrinha em sala de aula, com intuito de divulgar o nosso trabalho.
Como não podia deixar de faltar, e o que era comum àquela época, chamar o público para discutir o tema do espetáculo após a apresentação. Isto era politicamente correto.
Agora que já evidenciamos os fatos, retorno a falação do início. Hoje na cidade, contamos com vários teatros e de espaços para que sejam possíveis as apresentações das mais variadas formas de arte e cultura. Funcultura, Pontos de Cultura, Pontões de Cultura, e muito mais, shows gratuitos com artistas consagrados, etc. Entendam, não estou aqui fazendo nenhum tipo de apologia, mas só enfatizando como foi a nossa arte e cultura, e o que pode ser possibilitado hoje em dia, onde se dispõe de mecanismos federais, estaduais e municipais que podem e devem ser utilizados em prol da arte e cultura.
Desta forma, observando os fatos, poderíamos entender que não houve nenhuma ação para aquele momento na década de 70, e que então o resultado foi bem aquém do desejado. Porem, hoje em dia, nos pegamos criticando, alegando que não é feito nada pela arte e pela cultura em nossa cidade. Resultado por resultado, puro e simples, não dá para discutir, os recursos de hoje são bem mais abastados. Podemos sim, discutir se a forma e os objetivos são os mais bem processados, mas para que isso possa acontecer há de existir uma discussão ampla e continua ao que concerne todo este escopo, e para isto é necessário a participação dos artistas e da população e suas maiores expressões, no esteio de sua identidade cultural.
As artes de uma forma geral emanam do povo e para este são dirigidas, não há hoje em dia um reinado e uma corte para que toda a produção artística seja direcionada, como na época medieval. Não podemos esquecer também, que geralmente confundimos estar com ser, eu estou no cargo, eu sou o fulano de tal, são coisas diferentes, mas que infelizmente os indivíduos confundem.
Muita coisa está sendo realizada em termos de Cultura neste país, e também nesta cidade. Há de se lembrar o grande avanço que obtivemos no primeiro governo dos trabalhadores, com uma secretaria atuante e objetiva. Agora, acredito que deva haver uma lapidação, no entanto, que não se perca o objetivo principal de fomentar e incentivar a cultura, e dizer não o paternalismo governamental. Que existam os meios, mas que de forma nenhuma haja alguma possibilidade de se tentar controlar o que é natural, que é o poder da criação.
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A MUDANÇA DO CAMPO
Essa história me foi revelada pelo Prof. Laércio ( Lalá para os íntimos – José Aécio)
O campo, onde hoje se encontra o prédio da antiga empresa Renner – Tintas, que foi do AA Flamengo e SãoPaulino, era paralelo a av São Paulo, de um lado, e Rua Rio de Janeiro do outro lado. E durante muitos anos foi assim. As dificuldades eram muitas, a grande maioria ligada às questões financeiras, fardamentos, chuteiras e bolas de capotão, costuradas à mão, e quando chovia absorvia água e ficava muito pesada, adicione ainda o barro.
Bom, de um lado as balizas do gol davam para a rua que ligava a Av São Paulo à R Rio de Janeiro. Do outro lado, bom, aí estava o problema. Pois dava direto no quintal do seu Coelho. Era um problema quando a bola caia no seu quintal, a molecada subia no telhado, quebrava telhas, sem contar com a invasão de privacidade, e acredito que este tenha sido, talvez, o maior problema com o vizinho comedor de cenouras. E assim começa a guerra dos jogadores, torcedores e...molecada. Diria até que passou a ser uma diversão á parte, pular a cerca, fugir do cachorro, não ser pego pelo seu Coelho e devolver a bola para continuar o jogo de futebol. Quando este lado ganhava, pois se fosse o contrário, caso Seu Coelho pegasse a bola primeiro, bom... era uma provocação só : “- Vem aqui pegá...Seu moleque...” Quando isso ocorria, variavelmente a bola era toda furada.
FOTO - a esquerda vemos o campo antes da mudança e ao fundo as bananeiras do quintal do Seu Coelho
Depois de muito desentendimento a solução era só uma...mudar o campo, não de local, mas sim a sua posição. Então ficou assim: Uma trave voltada para a R Rio de Janeiro e a outra voltada para a Av. São Paulo, desta forma era muito mais difícil para que a bola caísse no quintal do seu Coelho.
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CRÔNICAS E PROSAS
ARTE DE RESULTADOS
Carlos José Fernandes Neto - 13/04/2011
Até o ponto em que minha memória não me deixa falsear, estou inserido no panorama da arte, no seu mais amplo e irrestrito significado, desde minha infância, me pego recriando cenas vistas na TV, do Circo e por ai afora, ou criando mini peças de fantoches. Pois, ora, podemos entender arte como uma maneira de fazer uma coisa segundo determinada regra, como por exemplo, as inseridas nos meios: militar, da oratória, das artes dramáticas, ou quaisquer outras aqui não mencionadas. Porem, classificar arte pelo modo em que se obtém êxito nos remete ao sucesso de qualquer empreitada, e, aparentemente podemos não entender como sucesso um resultado alcançado.
Tal discurso é necessário para que seja possível riscar um paralelo da arte na cidade de Guarulhos. Tínhamos então, na década de 70, tão e somente o teatro da Biblioteca Municipal para exaurir nossas expressões artísticas e culturais. Claro, o teatro do Colégio Conselheiro Crispiniano e o Guimarães Roda da FIG, mas municipal só mesmo o da biblioteca. A Semana de Arte e Cultura da Cidade era o ponto alto. Efervesciam pela cidade vários grupos de teatro amador, alguns, me lembro Perspectiva, TEG, e o do qual participava o Grupo de Teatro Amador Fênix. Posteriormente, mais para a segunda metade da década de 70, tivemos a Casa de Cultura Paulo Pontes na Vila Fátima, e da qual fomos chamados a participar, inclusive das discussões estatutárias e também da primeira eleição da chapa diretora.
Mas retornando a Semana de Arte e Cultura, tínhamos que ter o registro do Grupo de Teatro, o do Fênix por exemplo havia sido concedido pelo órgão da Censura Federal, e também a censura prévia da Censura Federal. Para se obter tal certificação, tínhamos que levar cópias do texto a ser apresentado, dados dos atores, agendar uma data para apresentação, buscar o censor na Polícia Federal em São Paulo, realizar a apresentação com todas as indumentárias a este senhor exclusivamente e depois levá-lo de volta.
Bom de posse destas “LICENÇAS” estava apto a nos inscrever para uma ou mais apresentações na Semana de Arte e Cultura. Em casos especiais, e porque já tínhamos relacionamento na secretária, conseguíamos uma perua Kombi, branca, para buscar atores e um lanche bem simples, não me recordo, mas acredito que não havia nenhum suco ou refrigerante. A Prefeitura confeccionava um cartaz grande com todas as apresentações da Semana e também uma quantidade de ingressos, e a divulgação ficava por nossa conta e risco. Nós por exemplo, corríamos as escolas estaduais (Escolas Municipais eram muito poucas), solicitando autorização aos diretores para uma rápida palavrinha em sala de aula, com intuito de divulgar o nosso trabalho.
Como não podia deixar de faltar, e o que era comum àquela época, chamar o público para discutir o tema do espetáculo após a apresentação. Isto era politicamente correto.
Agora que já evidenciamos os fatos, retorno a falação do início. Hoje na cidade, contamos com vários teatros e de espaços para que sejam possíveis as apresentações das mais variadas formas de arte e cultura. Funcultura, Pontos de Cultura, Pontões de Cultura, e muito mais, shows gratuitos com artistas consagrados, etc. Entendam, não estou aqui fazendo nenhum tipo de apologia, mas só enfatizando como foi a nossa arte e cultura, e o que pode ser possibilitado hoje em dia, onde se dispõe de mecanismos federais, estaduais e municipais que podem e devem ser utilizados em prol da arte e cultura.
Desta forma, observando os fatos, poderíamos entender que não houve nenhuma ação para aquele momento na década de 70, e que então o resultado foi bem aquém do desejado. Porem, hoje em dia, nos pegamos criticando, alegando que não é feito nada pela arte e pela cultura em nossa cidade. Resultado por resultado, puro e simples, não dá para discutir, os recursos de hoje são bem mais abastados. Podemos sim, discutir se a forma e os objetivos são os mais bem processados, mas para que isso possa acontecer há de existir uma discussão ampla e continua ao que concerne todo este escopo, e para isto é necessário a participação dos artistas e da população e suas maiores expressões, no esteio de sua identidade cultural.
As artes de uma forma geral emanam do povo e para este são dirigidas, não há hoje em dia um reinado e uma corte para que toda a produção artística seja direcionada, como na época medieval. Não podemos esquecer também, que geralmente confundimos estar com ser, eu estou no cargo, eu sou o fulano de tal, são coisas diferentes, mas que infelizmente os indivíduos confundem.
Muita coisa está sendo realizada em termos de Cultura neste país, e também nesta cidade. Há de se lembrar o grande avanço que obtivemos no primeiro governo dos trabalhadores, com uma secretaria atuante e objetiva. Agora, acredito que deva haver uma lapidação, no entanto, que não se perca o objetivo principal de fomentar e incentivar a cultura, e dizer não o paternalismo governamental. Que existam os meios, mas que de forma nenhuma haja alguma possibilidade de se tentar controlar o que é natural, que é o poder da criação.