Nelson
Sargento (Rio de Janeiro, 25 de julho de 1924), nome artístico de Nelson
Mattos, é compositor, cantor, pesquisador da música popular brasileira, artista
plástico, ator e escritor brasileiro.
O
Sargento, do autor do samba Agoniza mas não morre (de 1979), corresponde, na
verdade, à mais alta patente que o cidadão Nélson Mattos atingiu quando serviu
ao Exército brasileiro. Viveu durante longos anos nos morros da cidade do Rio
de Janeiro. Atualmente vive em Copacabana e é considerado cidadão do mundo, já
que sua música é conhecida, pelo menos, nas Américas e no Japão. Casado com
Evonete Belizario Mattos - empresária e produtora - criou onze filhos e vários
netos e bisnetos. O compositor mangueirense possui, aproximadamente,
quatrocentas músicas em seu repertório. Mudou-se do Morro do Salgueiro para o
Morro da Mangueira aos 12 anos de idade.
Nasceu
em 25 de julho de 1924, na Santa Casa da Misericórdia, na Praça XV, filho de
Rosa Maria da Conceição e Olímpio José de Mattos. Rosa Maria era empregada
doméstica e cozinheira. Trabalhava e morava com Nelson na Tijuca, na casa do
comerciante Manoel Ferreira Dias que era atacadista de secos e molhados, na Rua
do Acre, no Centro. Seu pai, cozinheiro de profissão, trabalhava no Armazém
Dragão. Nelson conviveu pouco com o pai. Encontravam-se esporadicamente, pois
quando o conheceu, ele não morava mais com sua mãe. Olímpio morreu de gangrena,
depois de um acidente na cozinha de um restaurante; uma panela de água quente
caiu em seu pé e, não sendo tratado, acabou falecendo.
Sua
mãe saiu do emprego da casa dos Ferreira Dias, indo morar no morro do
Salgueiro, em um barraco alugado. Para se sustentar ela passou a lavar a roupa
de várias famílias. Nelson entregava as roupas lavadas no bairro da Tijuca. Foi
lá no morro do Salgueiro que Nelson, então com dez anos de idade, tomou
conhecimento do samba, desfilando e tocando tamborim na escola "Azul e
Branco". Ali havia ainda outras duas escolas: a "Unidos do
Salgueiro" e a "Depois eu Digo". José Casemiro, (conhecido como
Calça Larga), uma liderança no morro, uniu todas elas, nascendo assim o
Acadêmicos do Salgueiro.
Sua
mãe morava com um senhor de idade avançada, chamado Arthur Pequeno, que
trabalhava como tecelão da fábrica de Tecidos Bom Pastor e era grande amigo de
Alfredo Português, importante compositor da GRES Estação Primeira de Mangueira.
Com o falecimento do companheiro, Rosa Maria teve muitas dificuldades para se
manter com Nelson no Morro do Salgueiro. Alfredo Português convidou-a para
morarem com ele em sua casa na Mangueira. Ele morava numa parte do morro conhecida
como Santo Antônio. Alfredo Português era empreiteiro da construção civil e um
excelente letrista. Era uma figura diferente naquele universo, um português que
compunha sambas.
Nelson
despontou para a música na adolescência, quando Alfredo Português descobriu o
talento que surgia no jovem. Compuseram, em 1955, o samba-enredo
"Primavera", também chamado de As quatro estações do ano, considerado
um dos mais belos de todos os tempos.
Nélson
integrou o conjunto A Voz do Morro, ao lado de Paulinho da Viola, Zé Kéti,
Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, José da Cruz e Anescarzinho. Entre seus
parceiros de composição musical, estão Cartola, Carlos Cachaça, Darcy da
Mangueira, João de Aquino, Pedro Amorim, Daniel Gonzaga e Rô Fonseca.
Escreveu
os livros "Prisioneiro do Mundo" e "Um certo Geraldo
Pereira". O próximo, já no prelo, tem como título provisório "O Samba
eu" e narra, de maneira romanceada, mas com detalhes que vêm à tona graças
à sua memória, passagens da sua vida. Atuou nos filmes "O Primeiro
Dia", de Walter Salles e Daniela Thomas, "Orfeu" de Cacá
Diegues, e "Nélson Sargento da Mangueira" de Estêvão Pantoja, que lhe
valeu a premiação do Kikito, no Festival de Gramado, pela melhor trilha sonora
entre os filmes de curta metragem. Fonte wipédia
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