O Brasil tem seus próprios mitos, que não ficam nada a dever
aos importados, comerciais, que são
usados para anestesiar a autoestima do
povo.
Respeitamos os mitos dos outros, mas não queremos que eles
sejam usados pela indústria cultural como predadores dos nossos.
O Saci, o Boitatá, o Curupira, a Iara, o Mapinguari e muitos
outros brasileiros legítimos estão aí para serem festejados, sem espírito
comercial, como nossos legítimos representantes no mundo do imaginário popular
e infantil.
O Saci, como o mais conhecido dos nossos seres encantados,
representa toda essa turma.
Tudo começou há dez anos, lá em casa...
E ó o Saci agora, pelas ruas da cidade!!!
Não aparece no vídeo, mas a reação das pessoas com as quais
eu conversava, enquanto o Saci pulava, o Boitatá brincava e o povo tocava, era
incrível!!!
Ao longo do caminho pude ver a cara de lembrança da mulher
que disse que sua mãe lhe contava histórias assim; do moço que jurava que o
Saci tinha aparecido - de verdade pra traquinar na cidade; da cara de
impressionada da menina que gritava: _Ó, ó, ó...
O mais bacana foi perceber que todas as pessoas concordavam
comigo: precisamos valorizar nossa cultura!
O nosso Saci se apresentou assim, urbano, pop... muito por
conta do olhar do Claudio Donato, artista urbano que prova ser possível a
Cultura Popular & Cultura POP, conviverem harmoniosamente.
O nosso Boitatá, ideia do nosso engenheiro criativo Adriano
Gregório, que resiste em não ter faicibuqui, foi construído a muitas mãos no
espaço do Coletivo 308, cedido pelo Alexandre Gomes Vilas Boas e João Canobre.
O projetor foi morada do Saci, cedido pelo amigo Edson
Kiyoshi Murata.
O gerador, energia que alimentou os pulos do Saci no
projetor, foi trazido de longe pelo Will Carbônica, outro POP amigo que o Saci
fez por esses dias...e que ainda segurou o notebook um tempão!
O olhar brincante do André Josef K Okuma, que pirou no
movimento...
O "muque" do Rodrigo Maia, carregando o carrinho
encantado do gerador.
Amigos reunidos (não botei o nome de todo mundo, mas tamo
junto), cantando, dançando, brincando e se encantando... porque senão, não tem
a menor graça!
Muito agradecida, minha gente!
Que possamos reverberar a nossa festa durante todo o ano,
até a próxima!
Inté
organização:
Casa das Histórias e SOSACI (Sociedade dos Observadores do
Saci)
apoio:
Núcleo Baquirivu, Projeto CLAM, Coleivo 308 e Coletivo
Aurora Catavento