Carlos
J Fernandes Neto
Tremendo
bate boca. Teatro FIG - UNIMESP, antigo Guimarães Rosa, festival de música da
FIG. Eu era acadêmico de Administração. Aldo – Jose Aldo de Menezes, cursava
Educação Física. Havia uma premiação para melhor torcida, na realidade nem
importava muito, no entanto havia a competição, assim queria o troféu para
Administração, conseguimos um grande número de participantes. Porem, o troféu foi
“inexplicavelmente” para a Educação Física. Motivo para o tremendo bate boca no
palco do teatro. Ali foi nossa apresentação. Tempos mais tarde um amigo comum,
Lauro o leva para abertura de conta no banco em que trabalhava, sem saber do infortúnio
anterior. Como racionais, depois de pelo menos 2 horas resolvemos e a sua conta
foi aberta. Depois foram várias produções em que trabalhamos juntos, desde
amostra de dança, festivais e shows.
Já
era 1982 e fomos assistir a estreia de Os Caçadores da Arca Perdida. Somente o
Cine Comodoro na Avenida São João – depois do cruzamento famoso, continue descendo
pela São João sentido bairro até o cinema. O filme de Steven Spielberg só
estava sendo exibido no Cine Comodoro - funcionou de 1959 até 1997. Com uma
tela gigante de 20 metros por 7 de altura, e uma inclinação de 146º e som com
efeitos Surround. O filme havia sido lançado nos EUA em 1981.
Fomos
em três veículos com pelo menos 6 casais e amigos solo. Paramos num
estacionamento e rumamos para a bilheteria do cinema para comprar as entradas. A
fila era enorme, era imensa mesmo. Houve até aquela vontade de desistir. Para
ter uma ideia a fila ia do Comodoro e ultrapassava a altura do Mappin da região,
para quem lembra.
O
inevitável acontece. Aldo foi ultrapassando a fila, chegou e bilheteria e
exclamou: “Vim pegar os ingressos que foram reservados”. Vem a reposta: “Aqui
não fazemos reservas de ingressos”. Desapontamento geral. Sai em direção ao
estacionamento. Aldo disse que iria dar um jeito. Bom, por via das dúvidas
voltei para o grupo e o deixei junto a bilheteria.
Acredito
que não tenha sido mais que 20 minutos. Ele volta com um baita sorriso de
empresário no rosto e vai logo explicando. Havia convencido o gerente do cinema
que era empresário de Raul Seixas, e que o mesmo queria assistir o filme junto
com seus seguranças, mas para evitar tumulto com sua chegada deveria ter um
tratamento diferenciado, entrando por uma porta VIP.
Pois
é. Voltamos aos veículos, pegamos as jaquetas, óculos escuros. Levantamos as
golas da jaqueta e fizemos cara de maus. Mentira da gota. Meu irmão Vicente,
cabeludo feito só, com uma barbicha e magro feito uma bezerra desmamada foi
escolhido como sócia do Raulzito. Pronto. Fizemos um circulo em torno do “Raul”,
pagamos e pegamos as entrada das mãos do gerente e entramos. Mas o gerente não
queria perder a oportunidade de poder solicitar um autografo do roqueiro.
Percebendo a insistência do gerente, entramos e rapidamente nos misturamos ao
público, indo cada um para lados diferentes do cinema. Assistimos a sensação daquele
momento. Com certeza a maior aventura foi a de nosso grupo. Ao sair avistamos o
tal gerente tentando encontrar o Raul entre a multidão, esquivamos e chegamos
vivos e salvos.
Imagino
o que São Pedro deve estar passando neste momento. Até logo José ALDO de
Menezes.