Baden Powell de
Aquino (Varre-Sai, 6 de agosto de 1937 — Rio de Janeiro, 26 de setembro de
2000) foi um violonista brasileiro.
Filho de Dona Adelina e do
violinista e escoteiro Lilo de Aquino, que lhe deu esse nome por ser fã do
criador do Escotismo, general britânico Robert Stephenson Smyth Baden-Powell. É
irmão de Vera Gonçalves de Aquino e pai do pianista e tecladista Philippe Baden
Powell e do violonista Louis Marcel Powell (ambos nascidos na França) e primo
do violonista João de Aquino.
Aos nove anos começou a estudar
violão, mas só ficou famoso no Brasil quando constituiu uma parceria com
Vinícius de Moraes, que escreveu versos para suas composições, criando o gênero
dos afro-sambas.
Tocava a música tradicional
brasileira, mas amava o jazz e logo desenvolveu um estilo que se baseava em
Django Reinhardt e Barney Kessel. Passou a ser conhecido internacionalmente em
1966 quando Joaquim Berendt teve a oportunidade de conhecê-lo, convidando-o
para gravar seu primeiro disco e visitar a Europa.
O sucesso não o abandonou e sua
fama foi aumentando com seus discos, principalmente na Alemanha. Continuou
dando concertos, também nos Estados Unidos, onde teve a oportunidade de se
apresentar com Stan Getz.
Baden Powell tinha uma maneira
única de tocar violão, incorporando elementos virtuosísticos da técnica
clássica e suíngue e harmonia populares. Explorou de maneira radical os limites
do instrumento, o que o transformou em uma rara estrela nacional da área com
trânsito internacional.
Ele foi considerado por muitos um
dos maiores violonistas de jazz desde o início da bossa nova. Já gravou muitos
discos entre os quais é preciso mencionar “Baden Powell Quartet”, um álbum
duplo gravado para a Barclay, “Stephane Grappelli - Baden Powell” (Fontana) e
“Baden Powell” (MPS).
Depois de passar várias semanas
no hospital, Baden Powell morreu a 26 de setembro de 2000, aos 63 anos.
Os Afro-sambas é um álbum do violonista Baden Powell e do
compositor e cantor Vinicius de Moraes, de 1966.
Considerado por muitos críticos
como um divisor de águas na MPB por fundir vários elementos da sonoridade
africana ao samba, "Os Afro-sambas" é o segundo LP lançado pela
parceria Baden Powell / Vínicius de Moraes. Segundo relata Vinicius, numa crônica
escrita em 1965 e disponível no livro "Samba Falado" (Editora Beco do
Azougue), o poeta recebera de Coqueijo Costa um disco com sambas-de-roda da
Bahia, pontos de candomblé e toques de berimbau que encantaram Vinicius de
Moraes. Baden Powell também fora à Bahia e conferira pessoalmente os cantos do
candomblé baiano. Desse mútuo encantamento pelo samba e religiosidade
encontrada na Bahia, surgiu o projeto dos Afro-sambas, que se tornou um álbum
gravado em 1966.
As oito canções apresentam uma
rica e singular musicalidade, que traz uma mistura de instrumentos do candomblé
e da umbanda (como atabaques e afoxés) com timbres mais comuns à música
brasileira (agogôs, saxofones e pandeiros).
O grande destaque do álbum é a
faixa de abertura "Canto de Ossanha", futuro clássico da MPB, que
conta com a participação nos vocais da atriz Betty Faria e na flauta de
Nicolino Cópia.
Baden Powell realizou em 1990 uma
regravação deste álbum, novamente acompanhado pelo Quarteto em Cy, em que
basicamente manteve os mesmos arranjos mas procurou obter uma melhor qualidade
sonora, uma forma de homenagear o amigo Vinícius, então já falecido.
Todas as faixas são de autoria
conjunta de Baden Powell e Vinícius de Moraes.
Canto de Ossanha - 03:23
Canto de Xangô - 06:28
Bocoché - 02:34
Canto de Iemanjá - 04:47
Tempo de amor - 04:28
Canto do Caboclo Pedra-Preta -
03:39
Tristeza e solidão - 04:35
Lamento de Exu - 02:16
Assista vídeo: “Canto de Ossanha”