José Barbosa da Silva mais
popularmente conhecido como Sinhô (08
de Setembro de 1888 - 4 de Agosto de 1930), foi um compositor brasileiro. Considerado
um dos mais talentosos compositores de samba, para muitos o maior da primeira
fase do samba carioca.
Filho de um pintor, admirador dos
grandes chorões da época, foi estimulado pela família a estudar flauta, piano e
violão.
Casou-se cedo, aos 17 anos, com a
portuguesa Henriqueta Ferreira, tendo que labutar para sustentar os três
filhos. Por volta de 1911, tornou-se pianista profissional, animando os bailes
de agremiações dançantes, como o "Dragão Club Universal" e o
"Grupo Dançante Carnavalesco Tome a Bença da Vovó". Não perdia
nenhuma roda de samba na casa da baiana Tia Ciata, onde encontrava os também
sambistas Germano Lopes da Silva, João da Mata, Hilário Jovino Ferreira e
Donga.
Ficou surpreso quando Donga, em
1917, registrou como sendo dele (em parceria com Mauro de Almeida) o samba
carnavalesco “Pelo Telefone”, que na
casa da Tia Ciata todos cantavam com
o nome de “O Roceiro”. A canção, que
até hoje é motivo de discussões, gerou uma das maiores polêmicas da história da
música brasileira, com vários compositores, entre eles Sinhô, reivindicando sua
autoria. Para alimentar a polêmica, compôs, em 1918, “Quem São Eles”, numa clara provocação aos parceiros de Pelo
Telefone. Acabou levando o troco. Exclusivamente para ele, foram compostas “Fica Calmo que Aparece”, de Donga, “Não és tão falado assim”, de Hilário
Jovino Ferreira, e “Já Te Digo”, de
Pixinguinha e seu irmão China, que traçaram-lhe um perfil nada elegante: (“Ele
é alto e feio/ e desdentado/ ele fala do mundo inteiro/ e já está
avacalhado...”). Pagou a ambos com a marchinha “O Pé de Anjo”, primeira composição gravada com a denominação
marcha.
O gosto pela sátira lhe trouxe
alguns problemas mais sérios, quando compôs “Fala Baixo”, em 1921, um brincadeira com o presidente Artur Bernardes. Teve de fugir para casa de sua mãe para
não ser preso. Cultivou a fama de farrista, promovendo grandes festas em
bordéis, o que não o impediu de ganhar o nobre título de “O Rei do Samba” durante a "Noite Luso-Brasileira",
realizada no Teatro República, em 1927.
Durante o ano de 1928, ministrou
aulas de violão a Mário Reis, que se tornaria o seu intérprete preferido e que
lançaria dois dos seus maiores sucessos: “Jura”
e “Gosto Que Me Enrosco”. Compôs o
último samba, “O Homem da Injeção”,
em julho de 1930, um mês antes de sua morte, no entanto a letra e a melodia
deste samba desapareceram misteriosamente, não chegando ao conhecimento do
público.
Morreu em decorrência da
tuberculose, a bordo da barca "Terceira", durante uma viagem entre o
Centro do Rio e a Ilha do Governador, onde morava. Seu velório e funeral foram
descritos com tintas literárias por Manuel Bandeira.
Em 1952, sob a direçao de Lulu de
Barros, a atriz Carmen Santos
produziu o filme “O Rei do Samba” sobre
a trajetória de vida de Sinhô. De acordo com Tinhorão Sinhô foi o primeiro a
compor a Bossa Nova.
No dia 05 de dezembro de 2010,
foi ao ar, pela TV Brasil, o programa “De
Lá Pra Cá”, (vídeo disponível no blog www.sambadosino.blogspot.com) com
apresentação Anselmo Góis e Vera Barroso, onde se focou a história de Sinhô
que, neste ano, completava 80 anos de falecimento. O programa, que teve a
participação dos cantores Zeca Pagodinho, Teresa Cristina, Marcos Sacramento,
Clara Sandroni e Luiz Henrique, contou também com a entrevista do pesquisador
André Gardel.
Em 2011, para comemorar os 100
anos do surgimento de Sinhô para o cenário artístico como músico, em 1911, e 80
anos de saudade do grande mestre, o cantor Luiz Henrique, o showman Bob Lester
e a cantora de rádio Marion Duarte homenageiam Sinhô com o show “Tributo ao Rei do Samba Sinhô”, que
foi apresentado em points da cidade do Rio de Janeiro como o Salão Vip do
Amarelinho da Cinelândia, o Teatro do SESC de Madureira e a Estudantina Musical
da Praça Tiradentes. No espetáculo, os cantores interpretaram grandes sucessos
do Rei do Samba, como “Jura”, “Gosto Que Me Enrosco”, “O Pé de Anjo”, “Sabiá”, “Sonho
de Gaúcho”, entre outros. O show também foi ilustrado com canções de
compositores contemporâneos de Sinhô, como Pixinguinha e Noel Rosa.
Assista vídeo programa “De Lá Pra
Cá” com apresentação de Anselmo Góis e Vera Barroso: