Sobre a escolha da data de 2 de
dezembro como Dia do Samba o autor do projeto de lei assim se expressou: “A iniciativa foi do presidente da
Confederação Brasileira das Escolas de Samba, Paulo da Costa Lamarão, visto
que, nesta data, na época, começavam, por determinação legal, os ensaios das
referidas Escolas, visando ao
carnaval do ano seguinte, uma vez que, antes, eram bastante tumultuados e
desordenados”.
Outras correntes atribuem ao vereador baiano Luis Monteiro da Costa o estabelecimento
do dia 02 de Dezembro para render homenagem a Ari Barroso, que apesar de compor
musicas com temas sobre a Bahia nunca havia tido a oportunidade de ir ao
estado. O dia 02 de dezembro coincide justamente como sendo a primeira vez que
Ari Barroso teria fincado os pés na Bahia.
Fico com a primeira. O Dia do
Samba consagrado no dia 02 de
dezembro faz referência ao dia em que por ”Determinação Legal” começavam os ensaios das Escolas de Samba para
o ano seguinte.
A Lei nº 554, deriva do projeto
de lei nº681 de 19 de dezembro de 1962, de autoria do Deputado Estadual Anésio
Frota Aguiar do Rio de Janeiro, com o seguinte parecer “O Samba, segundo consta, teve
suas remotas origens no Continente africano e para o Brasil foi trazido, ainda
em estado embrionário, pelos escravos que traduziram nos seus ritmos, um tanto
dolente, a saudade e a nostalgia que os assediavam. Em face da sua natural
evolução a nossa musica popular foi tomando a sua verdadeira fisionomia,
sofrendo, como é obvio, sucessivas modificações, através dos anos, para
torna-se, em nossos dias, aquela musica alegre, agradável e, sobretudo,
contagiante. Os nossos músicos e poetas expressam com felicidade e singeleza
pelo Samba, verdadeiros sentimentos do povo brasileiro que, por seu turno,
ouvindo-o e cantando, da completa vazão aquele prazer sadio e o faz de modo
especial por ocasião dos festejos de Momo”.
“Assim a instituição do Dia do Samba
é, com efeito, uma justiça que se impõe como homenagem aos seus compositores,
aos próprios brasileiros e á Musica Popular de nosso país, a qual encontra no
Samba a sua expressão máxima”.
“O
dia 2 de dezembro que será festejado por todos os sambistas do país, marcará no
Rio de Janeiro o encerramento do II Congresso Nacional do Samba, com a entrega
de títulos honoríficos a todos aqueles que se destacaram na causa do samba”.
Este fato consta do documento “Carta
do Samba” extraída do I Congresso
Nacional do Samba realizado no Rio de Janeiro no período de 28/11/1962 à
02/12/1962, com apoio do Ministério da Educação e Cultura – Campanha de Defesa
do Folclore Brasileiro. O Presidente do Congresso foi Edison Carneiro, e vejam
os vices presidentes: Ari Barroso, Araci de Almeida, Almirante. Nas comissões:
Paulo Tapajós, Haroldo Costa, Donga, Sérgio Cabral, Maestro José Siqueira, Pixinguinha,
Tinhorão e Osvaldo Sargentelli, entre outros.
Participaram deste 1º Congresso
Nacional do Samba, intérpretes, sambistas, estudiosos, amigos do samba e
interessados em geral.
Consta da Carta do Samba em
sua página de nº 08:-“ Até agora, para um
disco brasileiro, centenas de discos estrangeiros são editados no país. E,
entre os discos considerados brasileiros, muitos são traduções ou versões, que
do Brasil têm apenas a língua básica em que são cantados, pois até mesmo a
entonação e a bossa vêm prontinhas de fora. O músico nacional não participa
sequer como intérprete nesses discos, que são gravados sem a letra e
distribuídos assim a vários países, fazendo-se a montagem da voz na matriz já feita”.
A Carta pede também que as gravadoras, estações de rádio e TV sejam
obrigadas a produzir ou reproduzir 60% de músicas brasileiras. Entendem-se aqui
como composição, intérpretes, músicos, com padrões de instrumentação e
orquestração igualmente brasileiros.
Nota-se que o problema não era só o do Samba, mas também de toda a
categoria de artistas envolvidos no processo musical. Outra preocupação também
era a de manter a originalidade musical, sem se deixar influenciar por outros
gêneros típicos estrangeiros, mas também sem se deixar estrangular e amordaçar,
possibilitando o seu próprio desenvolvimento e progresso, se houver alguma
influencia que o Samba influencie e não seja influenciado.
Depois de 50 anos aconteceu no Rio de Janeiro o II Congresso Nacional do Samba nos dias 01 e 02 de dezembro de 2012.
Mas vamos voltar ao Dia Nacional do Samba. Dia 02 de dezembro pipocam
shows, rodas de samba, e no Rio tem o Trem do Samba, e em São Paulo o Samba do
Trem, onde os sambistas lotam os vagões para cantarem sambas. São muitas as
opções. Pesquise e divirta-se, pois no Samba a festa não continua sem você.