Enredo:- 100 anos de Lutas e de Glórias.
INTERPRETE - FREDY VIANNA
COMPOSITORES:
SILAS AUGUSTO, MARCELO CASA NOSSA, AQUILES DA VILA, CHANEL,
BRUNO MANCHA E JC CASTILHO
Samba Enredo Oficial
Mancha Verde 2015
Samba Enredo Mancha
Verde(Video Clip) Allianz Parque
Introdução
O enredo “Quando Surge o Alvi-vede Imponente, 100 Anos de
Lutas e Glórias”, mostrará o surgimento
da Sociedade Esportiva Palmeiras, há 100
anos e sua vida neste período. Contará algumas das histórias desta Sociedade,
histórias que não passam apenas pelo futebol, e sim por uma existência repleta
de acontecimentos sociais e culturais que se misturam à vida de São Paulo e do
Brasil.
O enredo enaltecerá ainda, seus 100 anos de lutas – a luta
dos seus fundadores, os Italianos recém chegados a um Brasil ainda influenciado
pelo fim da escravidão. Um imigrante que ajudou a construir a grandeza desta
terra, mas que teve que batalhar para se afirmar socialmente em um país
desconhecido e aristocrático, e que o discriminava. Passará pela perseguição a este povo durante
a segunda guerra mundial. E, finalmente pelas lutas de uma já imensa e
apaixonada torcida que nem sempre viu seu time no lugar mais alto do pódio
esportivo, mas que jamais deixou de ter orgulho de ser palestrina, palmeirista
ou simples e suficientemente, palmeirense.
E esta luta está diretamente ligada ao orgulho de preservar
a memória de seus ídolos e os costumes de seus antepassados. O orgulho e a
força para lutar que passam de pai para filho, de avô para neto. E que fizeram
o Palmeiras nascer, moldado nas associações esportivas e culturais da Itália, e
sobreviver a 100 anos de intensa atividade.
E de onde vem nossa força?
O Palmeiras, foi fundado como Palestra Itália em 1914, por
Italianos. Eram imigrantes, que vieram para o Brasil substituir, a princípio, a
mão de obra negra e escrava pós-abolição. Italianos que descenderam diretamente
do povo Romano: forte, guerreiro, dominador e crente de seus Deuses
Mitológicos, que lhe conferiam ainda mais força e confiança. Como a Deusa
Vitória e Deus Marte, o Deus das Guerras. [CASAL]
Introdutor da civilização moderna, este povo foi formado por
guerreiros que conquistaram o mundo na antiguidade e na idade média, lutando
nos frios campos de batalha da Europa, Oriente, Ásia e África. Guerreiros que
mais tarde lutaram para proteger a Casa de Savóia – base da família real
italiana. [ALEGORIA 1]
Hoje sua torcida é formada pelos filhos, netos e bisnetos
daqueles italianos que junto com a diversa massa de brasileiros espalhados por
todos os cantos do país, tem na alma a mesma força, garra e amor para defender
as cores de seu clube. Somos resultado da herança de nossos antepassados e da
herança dos guerreiros romanos. È daí que veio a força que fez o Italianos
vencerem no Brasil.
A saga italiana em terras paulistanas
A Itália, desembarca no Brasil – O povo italiano chegou ao
Brasil no fim do século 19 para trabalhar predominantemente nas lavouras de
café, substituindo a mão de obra escrava, recém liberta. Se os homens trouxeram
o braço forte para cuidar das lavouras, as mamas trouxeram as tradições da
culinária, as massas e seus molhos de tomate. Também trouxeram sua arte, sua
música clássica e o seu teatro [ALA 1]. E a herança italiana não parou por aí.
Se ela hoje é sinônimo de culinária paulistana, e está presente antes ou depois
dos jogos do Palmeiras, a pizza chegou por aqui junto com os italianos. Naquele
tempo não havia pizzarias e era entregue de casa em casa. [ALA 2]
E no começo do século já estava se movendo pouco a pouco
para as cidades que se formavam. São Paulo, que tinha os barões do café ainda
dominando a sociedade, passou a conviver com o italiano que trabalhava como
operário nas nascentes indústrias. As mamas chegarão ao Brasil trazendo sua
Alguns juntaram o que ganharam no campo e também se tornaram
industriais, desafiando o domínio e poderio econômico dos paulistas, a exemplo
da família Matarazzo, Crespi, Scarpa. Apesar da ascendência econômica, esse
italiano ainda sofria com a discriminação dos paulistas tradicionais.
E foi assim, fazendo muita festa, com seu vinho [RAINHA DE BATERIA] e com muita tarantella,
[ALA 4]mostrando a sua música clássica [ALA 1] que encantava a todos na época,
e trazendo a sua forma de cozinhar [ALA
1], que tanto as mamas, como os entregadores de pizza [ALA 2]nos deixaram para
sempre como marcas, o italiano foi tentando se afirmar socialmente. O jornal
Fanfulla, em italiano, em contraponto ao Diário de São Paulo, tinha a segunda
maior tiragem diária, no começo do século 20. [ALA 5]Tinha como uma de suas
missões: manter viva a tradição e a auto-estima do imigrante. [ALA 3]
A Fundação do Palestra – a Força da Comunidade Italiana
A fundação de um clube, pelo imigrantes, nos moldes das associações existentes na
Itália, em que o esporte se aliava a convivência social, foi uma maneira de
reafirmar sua força e sua conservar suas tradições. Após a excursão dos times
do Torino e do Pro-Vercelli, a São Paulo em 1914, a idéia se solidificou.
Alguns jovens imigrantes e filhos de imigrantes, como
Vicente Ragognetti, a grande maioria operários da Indústria Matarazzo,
publicaram no Fanfulla a convocação, para que se reunissem no dia 19 de agosto.
A primeira reunião não foi muito bem, mas em uma segunda, no dia 26 de agosto,
no salão Alhambra, 46 pessoas fundaram a Societá Sportiva Palestra Itália.
Entre eles os 4 mais entusiamados, Luiz Cervo, Vicente Ragognetti, Ezequiel
Simone e Luiz Emmanuele Marzo.
Em 9 de janeiro de 1915, ocorreu o baile de fundação do
Palestra Itália, no Clube Germânia com a presença do Consul da Itália Pietro
Barolli [ALA 6]e em 24 de janeiro de
1915 o primeiro jogo com o Savóia de Sorocaba. Palestra Itália vence por 2 a zero. [ALA 7]
Conquistando a Nossa Casa – Nossa Força Novamente nos Guia
Com a ajuda do Conde Francisco Matarazzo o Palestra adquire
o terreno da cervejaria Antárctica. No local já havia um campo de futebol e
ainda espaço para diversas outras modalidades esportivas e atividades sociais e
culturais. Era no local já conhecido com Parque Antarctica (nome que até hoje é
visto nas placas de orientação de trânsito de São Paulo) que ocorriam passeios
de muitos italianos e mesmo “ paulistas”
que faziam ali seus já famosos Pic-nics. Ali também aconteceu a chegada
da primeira corrida de automóvel da América do Sul e o pouso do primeiro avião
do correio aéreo brasileiro em terras paulistanas. No espaço, ocorreu a encenação da Ópera Aida, vinda da
Europa. Um marco para a música e cultura paulistana e brasileira. Mas o
Palestra e o Parque Antarctica, não viviam apenas de futebol ou vida social,
muitos outros esportes eram praticados desde sua fundação. Um deles, que se
sobressaiu, e ainda hoje, ostenta as cores do clube foi o Basquete.
A relação de amor do clube e de seus associados com a sua
“casa” tem uma explicação. O Palestra, por ter sido fundado seguindo os moldes
de uma associação italiana,tinha na sua sede e na convivência familiar de seus
associados, a base de seu sucesso.
A história do Palmeiras no futebol já começa a ser escrita e
em 1920 conquista o primeiro título paulista e em 1933 impôs uma sonora derrota
ao seu arqui-rival de ontem e de hoje, 8×0 – sobre o time fundado, na várzea,
na região do Bom Retiro, e que se opunha em tudo ao time formado por uma
associação de Italianos.
Segunda Guerra e a perseguição aos ítalos-brasileiros – O
Palestra ainda mais forte
Na década de 1940 o mundo recém saído de uma guerra, se viu
novamente impactado pela Segunda Guerra Mundial. O Brasil de Getúlio Vargas,
ora alinhado com Benito Mussolini, (do chamado eixo: Itália, Japão e Alemanha)
foi pressionado a aderir aos aliados (Estados Unidos e demais países da
Europa). E tudo o que fizesse referência aos países do Eixo foi proíbido ou
perseguido. Foi nessa época que o
governo obrigou o Palestra Itália a mudar de nome e primeiro para Palestra de
São Paulo em 16 de abril de 1942. E, finalmente em 14 de setembro, por nova
ordem do governo, muda para o definitivo Sociedade Esportiva Palmeiras.
Foi nesse dia, quando houve a mudança de nome, que o
Palestra foi dormir Palestra e acordou Palmeiras. Abolindo o vermelho do
uniforme. Era o dia da final do campenato Paulista. E o novo Palmeiras foi
campeão, o Palestra Morre Líder, o
Palmeiras Nasce Campeão. Foi neste jogo que o General e Vice-Presidente
Aldalberto Mendes entrou em campo como os jogadores que carregavam a bandeira
do Brasil, para demonstrar a sua brasilidade, apesar da perseguição por conta
da guerra. Este ato ficou consagrado como Arrancada Heróica.
Uma era de glórias
O Palmeiras segue ganhando títulos e em 1949 faz a primeira
excursão internacional, para comemorar o cinquetenário do Barcelona. Encanta a
Europa.
Entre 1950 e 1951 conquista um feito até então nunca
alcançado. Vence o torneio início, a Taça SP, o campeonato paulista, a Copa Rio
e o Torneio Rio-São Paulo. São as 5 coroas.
A copa Rio, era um verdadeiro campeonato Mundial com times
da Europa e America do Sul. Uma espécie de ressaca da derrota brasileira no
Maracanaço de 1950, para o Uruguai, na Copa do Mundo. E, frente ao Juventus,
ganhou em 22 de julho o título internacional. O Seu verdadeiro título mundial.
Já em 1965, na inauguração do Mineirão, é convcado pela CBD para representar o
Brasil frente a seleção uruguaia. De camisa amarela, o Palmeiras vence por 3 a
zero.
2 Academias
Na década de 60, ninguém fazia frente ao Santos de Pelé. Mas
em 1960, como campeão da taça Brasil, vice da libertadores de 1961 e campeão
paulista de 63 e 66, o Palmeiras, com a chamada Academia de Futebol, não
permitiu o decacampeonato do Santos. Djalma Santos, Djalma Dias, Waldemar
Carabina, Dudu, Ademir da Guia, Servilho, Tupãzinho, eram nomes que faziam o
Palmeiras brilhar.
De 1972 a 1974, veio a segunda academia, os mesmos Dudu,
Ademir da Guia, somados a Leão, Luis Pereira, Leivinha, comandados por Oswaldo
Brandão, sendo bicampeão Brasileiro em 72 e 73.
Um Intenso Jardim Suspenso
Esta é uma fase memorável em que o campo do Parque
Antarctica, fica famoso como jardim suspenso, e a vida do clube se torna
agitada dentro e fora dos gramados, com os títulos paulista de 1974 e 1976. Na
vida social nos anos que seguem, Palmeiras brilha fora das 4 linhas com os
Periquitos em Revista, um grupo ate hoje conhecido internacionalmente pelas
performances artísticas com seu patins. O seu Palácio das Festas, localizado
sob a curva da arquibancada do agora antigo estádio , reune mais de 10 mil
pessoas em seus saudosos bailes de carnaval e nas festas de música black que
paravam São Paulo, embalados pelo Chic Show.
A dura era sem glórias – mas com a tradicional força
palestrina
Desde 1976 sem ganhar um título, o Palmeiras amarga uma
difícil jornada. Seu torcedores, mais uma vez não se intimidam e embalados pela
força de seus ancestrais e pelo amor ao time verde e branco, ignoram 18 anos
sem gritar campeão. A torcida Mancha Verde, que deu origem a esta escola de
samba, surge em 1983, para defender as cores e a torcida do Palmeiras por todo
o Brasil. A torcida fanática e
apaixonada ignora quaisquer tipo de provocações e assume o porco, ora gritado
prejorativamente nos estádios como seu símbolo ao lado do Periquito.
Uma década de glórias
E este amor e lealdade é compensado pelo título paulista de
93 e 94, e pelos títulos brasileiros dos mesmos anos, além do Rio-São Paulo de
1993. Um time de estrelas comandado por Evair, ao lado de Zinho, Edmundo, César
Sampaio, Antonio Carlos, dentre outros, fez do Palmeiras a maior força do
futebol brasileiro da década de 90.
O que foi coroado com o título da copa do Brasil de 1998,
que o levou a libertadores, quando comandao pelo maior goleiro da história do
Brasil, São Marcos, camisa 12, venceu o Deportivo Cali, chegando a sua mais
expressiva vitória.
Uma nova identidade ao palestra – a força de sua história,
dos seus ídolos e de sua torcida
Uma nova casa, a torcida mais apaixonada, uma história
repleta de glórias. O Palmeiras chega aos 100 anos se reinventando sobre as
sólidas bases de uma vida gloriosa.