Só Diamantes são
Eternos na Química Divina.
"Deixe a Vila lapidar"
seu coração
Refletir em seu olhar a emoção
O amor infinito te faz
transformar
Basta querer e acreditar
Surgiu para encantar a humanidade
O brilho na escuridão
Pedra que marcou a eternidade
Fez cobiças e vaidades
Reluz no calor de um vulcão
"Lágrimas dos deuses"
"Faíscas de estrelas no
céu"
Tão rara encantou realeza
Inspirou a arte, amores, paixões
Precisa e também preciosa, óh
jóia formosa
Na história fez renovações
Aos olhos do Pai, vem se declarar
É a fé que embala, o seu caminhar
Metamorfose fascinante
Dentro do peito "bate um
diamante"
Vitórias e superações
Rompendo barreiras que a vida lhe
dá
Escute a "voz da
verdade"
Que a felicidade irá te encontrar
Em busca de um novo sorriso
No amanhã renascerá
A força e a coragem " pra
lutar"
Um ser precioso e perfeito
Que humildemente se modificou
Em um verdadeiro vencedor
O Grêmio Recreativo Cultural e
Social Escola de Samba Unidos de Vila Maria dá continuidade as comemorações de
seus sessenta anos de existência (Bodas de diamantes) trazendo para o Carnaval
de 2015 o enredo “Só os diamantes são eternos, na química divina”.
Nesse pensamento, olhamos para
essa pedra de grande valor e refletimos que ela atraiu na história da
humanidade sentimentos de ódio, vaidade,
luxúria e traições. Basta lembrarmo-nos de histórias envolvendo grandes paixões,
gangsters, tráfico de diamantes ou valises abarrotadas com essas pedras de
grande valor.
Como pode uma pedra envolver os
mais variados tipos de sentimentos e ações?
Mas não é só de sentimentos ruins
que essa pedra atraiu o olhar da humanidade. Pelo contrário, os gregos a
chamavam de “Adamas” (o inconquistável). Para eles, os diamantes eram
considerados com faíscas de estrelas caídas do céu sobre a terra. Dizia-se
também que o fogo nele refletido era a chama do amor (o diamante vermelho é
considerado o diamante da paixão), e que seriam os diamantes lágrimas dos
deuses.
Embora os diamantes existam a
milhares e milhares de anos, o primeiro registroque se tem conhecimento foi na
Índia há cerca de três mil anos. Eles eram utilizados como talismãs em adereços
para distinguir as castas.
Até o século XVII, os diamantes
na sua maioria foram comercializados no mundo tendo como sua origem a mina de
Golconda na Índia. Desta mina forma extraídos famosos diamantes do mundo como o
Kon-i-Noor (integra parte das joias da Coroa da Inglaterra), e o Orloff (patrimônio
das joias da Coroa Russa)
Por ser a pedra símbolo do amor
eterno vamos nos reportar ao maior monumento ao amor eterno, o Taj Mahal.
Numa época em que os imperadores
da Índia tinham dezenas de mulheres e centenas de concubinas, Shah Jahan
dedicou-se a amar apenas uma mulher, sua esposa Mumtaz Mahal. Com ela, o
imperador teve quatorze filhos sendo, o parto do último a causa de sua morte.
Inconsolável pela perda o imperador decide construir um mausoléu à altura do
amor que ele sentia. A construção durou 22 anos e foram consumidos 500 kg de
ouro e o mesmo montante em diamantes e turquesas. O mármore utilizado em sua
construção é translúcido e permite que o interior fique sempre claro durante o
dia. Além disso, sua cor altera conforme a incidência da luz do sol sendo
azulado durante o amanhecer, branco, rosado e amarelado ao entardecer. Em noite
de luza cheia, o Taj Mahal refletido no espelho d’água à sua frente é negro e
inspirou o imperador a construir no lado oposto a réplica do mausoléu na cor
que o espelho d’água projetava e que seria lá o seu túmulo, porém o imperador
foi deposto por seu filho e seu sonho não foi concretizado.
Embora o diamante seja a única
pedra preciosa composta de um único elemento o carbono, ele tem a mesma
composição do grafite que parece ser seu antônimo. Enquanto o grafite é sem
brilho, cinzento e quebradiço, o diamante é de brilho infinito, reflete cores
variadas em seus prismas e, é a gema mais dura que se tem conhecimento, pois só
um diamante é capaz de cortar ou riscar outro.
No século XVIII, mais
precisamente em 1725, após a descoberta de diamantes no Arraial do Tijuco
(atual cidade de Diamantina – Minas Gerais), o Brasil ainda colônia de
Portugal, quebra a tradição da Índia e, durante os 150 anos seguintes alcança a
posição de maior produtor mundial de diamantes. Foi nessa época que uma escrava
de nome Francisca da Silva, a Chica da Silva viveu como rainha sob os olhos
apaixonados do Contratador de diamantes da Coroa Portuguesa João Fernandes de
Oliveira que a alforriou e viveu com ela sem matrimônio oficial durante quinze
anos.
O maior diamante brasileiro
encontrado leva o nome do então Presidente da Republica Getulio Dornelles
Vargas e foi encontrado em 13 de agosto de 1938. O diamante pesava 726,6
quilates e foi encontrado no rio Santo Antonio, em Coromandel – Minas Gerais.
Por algum tempo ele foi considerado o quarto maior do mundo ocupando hoje, o
posto de sétimo na lista dos maiores.
Ainda existem minas de diamantes
em Minas Gerais, Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Pará e Paraná. Porém os olhos se
voltam hoje para a Chapada dos Diamantes na Bahia que espera no primeiro
trimestre de 2015 extrair 225 mil quilates de diamantes na mina de Braúna, em
Nordestina no semiárido baiano.
A África atualmente, é o maior
produtor de diamantes do mundo sendo a África do Sul seu maior representante e,
por ter sido lá encontrado o maior diamante do mundo. Com 3106 quilates, esse
deu origem a 105 pedras de menor tamanho. Entre elas está o diamante Cullinan
I, conhecido como “Estrela da África”. Este, com 530,20 quilates adorna o cetro
do Rei Eduardo VII, que está na Torre de Londres.
Embora essas pedras de brilho
intenso nos encantem os olhos existem outros tipos de diamantes altamente
importantes e valiosos, porém sem nenhuma valia para sua utilização na
joalheria e sim, para perfurações de petróleo, cortes de vidro, ferro e aço,
aplicação em indústrias automobilísticas e tantas outras. Nesse segmento, a
Rússia é rica nesse tipo de extração. Recentemente, a Rússia revelou ao mundo a
existência de minas de diamantes conhecidos como impactites e são duas vezes
mais rígidos que os diamantes normais usados para fins industriais. Essa
excelência se dá por serem maiores em seu tamanho como por seu corte abrasivo.
Essa mina que fica nos limites da Sibéria foi criada por um asteroide que caiu
na terra há 35 milhões de anos criando uma zona de impacto de 100 km de
diâmetro.
Se analisarmos que, um quilate de
diamante representa um peso igual a duzentos miligramas podemos perceber que os
diamantes segundo sua transparência e dureza podem atingir valores
elevadíssimos que os tornam invejáveis atraindo para eles os mais variados
sentimentos como a mensagem que ele possa conter num anel de noivado de um amor
eterno, inspirar joalheiros nas mais exóticas e inusitadas peças, inspirar
musicas de duplo sentido como o sucesso dos Beatles “Lucy and Sky with
Diamonds”, uma canção transformadora como “Diamante” de Damares ou num tema de
filme como “Diamonds are Forever” de Shirley Bassey. Ele pode inspirar nome de raças
de animais como o “Diamond Horse” ou o “Diamond Gold”,
O diamante inspira também
roteiristas de filmes como “007, Al Capone, Diamantes de Sangue, Só os
diamantes são eternos, Bonequinha de luxo ou Titanic” entre tantos.
Porém, ao olharmos para essa
pedra e a compararmos com o mundo perante o universo e a humanidade podemos
perceber que não só o planeta terra como o homem que o habita é como um
diamante. O carbono submetido a altas temperaturas como as de um vulcão se transforma
em diamante assim como o mundo e o homem submetido à uma química divina vive
sua constante modificação. Não só o carbono se transforma na pedra mais
brilhante sob a química divina, assim acontece com a terra modificando-se
constantemente no dia e na noite, nas estações do ano e o homem, que de sua
natureza pré-histórica transformou-se no que é hoje. O néctar colhido pelas
abelhas transforma-se em mel, as lagartas em coloridas borboletas, o humilde
que, descobrindo em si o diamante que existe nele transforma-se em noticia
pois, foi com sua luta, lagrimas, privações, fé e provações que o fez vencedor.
Dessa forma, devemos compreender
que, somos carvões submetidos à uma química divina capaz de nos transformar
numa joia de brilho intenso. Observemos que o formato de nossos corações se
parece com um diamante e o devemos lapidar todos os dias de nossas vidas
praticando boas e justas ações com o meio ambiente e com os seres humanos
transformando-nos assim na joia linda e mais brilhante.
Deixe, portanto acontecer essa
metamorfose em você, pois ela é a química divina acontecendo em sua vida.
LUCAS PINTO
Carnavalesco G.R.C.S.E.S
Unidos de Vila Maria