Francisco Anysio de Oliveira
Paula Filho, conhecido como Chico Anysio (Maranguape, 12 de abril de 1931 — Rio
de Janeiro, 23 de março de 2012), foi um humorista, ator, dublador, escritor,
compositor e pintor brasileiro, notório por seus inúmeros quadros e programas
humorísticos na Rede Globo, emissora onde trabalhou por mais de 40 anos.
Ao dirigir e atuar ao lado de
grandes nomes do humor brasileiro no rádio e na televisão, como Paulo Gracindo,
Grande Otelo, Costinha, Walter D'Ávila, Jô Soares, Renato Corte Real, Agildo
Ribeiro, Ivon Curi, José Vasconcellos e muitos outros, tornou-se um dos mais
famosos, criativos e respeitados humoristas da história do país. Morreu em 23
de março de 2012, no Rio de Janeiro.
Chico Anysio mudou-se com sua
família para o Rio de Janeiro quando tinha seis anos de idade.[6] Decidiu
tentar fazer um teste para locutor de rádio quando a sua irmã também faria.
Saiu-se excepcionalmente bem no teste, ficando em segundo lugar, somente atrás
de outro jovem iniciante, por coincidência, o próprio Silvio Santos. Na rádio
na qual trabalhava, a Rádio Guanabara, exercia várias funções: radioator,
comentarista de futebol, etc. Participou do programa Papel carbono de Renato
Murce. Na década de 1950, trabalhou nas rádios Mayrink Veiga, Clube de
Pernambuco e Clube do Brasil. Nas chanchadas da década de 1950, Chico passou a
escrever diálogos e, eventualmente, atuava como ator em filmes da Atlântida
Cinematográfica.
Na TV Rio estreou em 1957 o Noite
de Gala. Em 1959, estreou o programa Só Tem Tantã, lançado por Joaquim Silvério
de Castro Barbosa, mais tarde chamado de Chico Total. Além de escrever e
interpretar seus próprios textos no rádio, televisão e cinema, sempre com humor
fino e inteligente, Chico se aventurou com relativo destaque pelo jornalismo
esportivo, teatro, literatura e pintura, além de ter composto e gravado algumas
canções.
Chico Anysio foi um dos
responsáveis pela intermediação referente ao exílio de Caetano Veloso em Londres. Quando
completou dois anos de exílio, Chico enviou uma carta para Veloso, para que
este retornasse ao Brasil. Caetano e Gilberto Gil haviam sido presos em São Paulo , duas semanas
depois da decretação do AI-5, o ato que dava poderes absolutos ao regime
militar. Trazidos ao Rio de carro, os dois passaram por três quartéis, até
viajarem para Salvador, onde passaram seis meses sob regime de prisão
domiciliar. Em seguida, em meados de 1969, receberam autorização para sair do
Brasil, com destino a Londres, onde só retornariam no início de 1972.
Desde 1968, encontra-se ligado à
Rede Globo, onde conseguiu o status de estrela num "cast" que contava
com os artistas mais famosos do Brasil; e graças também a relação de mútua
admiração e respeito que estabeleceu com o executivo Boni. Após a saída de Boni
da Globo nos anos 1990, Chico perdeu paulatinamente espaço na programação,
situação agravada em 1996 por um acidente em que fraturou a mandíbula.
Em 2005, fez uma participação no
Sítio do Pica-pau Amarelo, onde interpretava o "Dr. Saraiva" e,
recentemente, participou da novela Sinhá Moça, na Rede Globo.
Família
É pai do ator Lug de Paula, do
casamento com a atriz e comediante Nancy Wanderley; [11] do também comediante
Nizo Neto e do diretor de imagem Rico Rondelli, da união com a atriz e vedete
Rose Rondelli; de André Lucas, que é filho adotivo; do DJ Cícero Chaves, da
relação com a ex-frenética Regina Chaves; e do ator/escritor Bruno Mazzeo, do
casamento com a ex modelo e atriz Alcione Mazzeo.
Também teve mais dois filhos com
a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, Rodrigo e Vitória. É irmão da falecida
atriz Lupe Gigliotti, com quem contracenou em vários trabalhos na televisão; do
cineasta Zelito Viana; e do industrial, compositor e ex-produtor de rádio Elano
de Paula. Também é tio do ator Marcos Palmeira, da atriz e diretora Cininha de
Paula e é tio-avô da atriz Maria Maya, filha de Cininha com o ator e diretor
Wolf Maya. Era casado com a empresária Malga Di Paula.
Curiosidades
Em 1960, o programa Chico Anysio
Show, produção de Carlos Manga, passou a ser apresentado em videoteipe. Os
comerciais do programa, que também eram "ao vivo", passaram a ser
gravados.
Apaixonou-se pela demissionária
ministra Zélia Cardoso de Mello quando ela fez uma aparição em seu programa
humorístico.
No dia 15 de março de 2007, foi
lançado no Casarão Cultural Cosme Velho, no Rio de Janeiro, o documentário
"Chico Anysio", sobre os 60 anos de sua carreira.
Em homenagem aos 60 anos de
carreira de Chico, Ziraldo reuniu vários cartunistas e criou um livro chamado
"É Mentira, Chico?", reunindo caricaturas dos personagens do
humorista, além de um DVD da Globo Marcas, com especiais dos programas do
Chico, chamado Chico Especial!.
Em 2008, Chico Anysio recebeu uma
homenagem de Rodrigo Scarpa e Wellington Muniz, com seus respectivos
personagens Vesgo e Silvio, do programa humorístico Pânico na TV. Eles cobravam
sua volta aos humorísticos da Globo com a campanha "Volta Chico!".
Vários artistas participaram da campanha e conseguiram sensibilizar os
diretores da Globo, pois Chico fez uma aparição.
Em 2009, Chico foi tema da escola
de samba Unidos do Anil, do Rio de Janeiro, desfilando com o enredo "Chico
Total! Sou Anil e Faço Carnaval".
Assista vídeo: