Wellington Alves
A Secretaria Municipal de Cultura de Guarulhos justificou ontem (30/05/2012) a variação exorbitante de preços pagos por shows do cantor Belo, em Guarulhos, em menor de três meses. A alegação é que na primeira apresentação, na abertura o carnaval, em 17 de fevereiro, no Parque Continental, a Prefeitura pagou R$ 18 mil ao artista, enquanto o restante do cachê foi arcado pela rádio Transcontinental.
Para o show de 12 de maio, no Giro Cultural, nos Pimentas, a secretaria pagou R$ 140 mil, mas com recursos próprios. A Pasta destaca que Belo tem renome nacional, com uma música como tema a novela Avenida Brasil, da rede Globo. O valor, segundo a Cultura, é "semelhante ao praticado pela produção do artista em outras cidades brasileiras".
Nem Prefeitura, nem Transcontinental informaram, até a conclusão desta edição, qual o valor de aporte da rádio no primeiro show de Belo. A distorção de valores é alvo de investigação da bancada de oposição da Câmara Municipal, que pretende fazer um representação no Ministério Público do Estado (MPE) de São Paulo por improbidade administrativa e indícios de superfaturamento.
Em 14 de maio, apenas dois dias após o segundo show de Belo em Guarulhos, a Folha de S. Paulo publicou um ranking dos artistas mais caros do país entre janeiro e abril. Belo ficou em 20º lugar com preço estimado em R$ 80 mil por show, o que revela que a Prefeitura pagou 75% a mais pela apresentação.
Apesar das denúncias, a Secretaria de Cultura afirma que a política de contratação de artistas foi respaldada pela legislação vigente. O empresário do cantor não atendeu as ligações da reportagem.