Prisão e Morte
Vlado Herzog (Osijek, Croácia (à
época ainda parte do Reino da Iugoslávia), 27 de junho de 1937 — São Paulo, 25
de outubro de 1975) foi um jornalista, professor e dramaturgo. Passou a assinar
"Vladimir" por considerar seu nome muito exótico nos trópicos.
Naturalizado brasileiro, Vladimir também tinha paixão pela fotografia,
atividade que exercia por conta de seus projetos com o cinema.
O nome de Vladimir tornou-se
central no movimento pela restauração da democracia no Brasil após 1964.
Militante do Partido Comunista Brasileiro, foi torturado até a sua morte em São
Paulo, após ter se dirigido pessoalmente ao orgão para um interrogatório sobre suas
atividades "ilegais". Segundo o jornalista Sérgio Gomes, Vladimir
Herzog é um "símbolo da luta pela democracia, pela liberdade, pela
justiça."
Vladimir era casado com a
publicitária Clarice Herzog, com quem teve dois filhos. Com a morte do marido,
Clarice passou por maus momentos, com medo e opressão e teve que contar para os
filhos pequenos o que havia ocorrido com o pai. Clarice, três anos depois
(1978), conseguiu que a União fosse responsabilizada, de forma judicial, pela
morte do esposo. Ainda sem se conformar, ela diz que "Vlado contribuiria
muito mais para a sociedade se estivesse vivo".
Prisão e morte
Em 24 de outubro de 1975 — época
em que Herzog já era diretor de jornalismo da TV Cultura — agentes do II
Exército convocaram Vladimir para prestar depoimento sobre as ligações que ele
mantinha com o Partido Comunista Brasileiro (que fora colocado na ilegalidade pela
ditadura militar). No dia seguinte, Herzog compareceu ao pedido. O depoimento
de Herzog foi realizado numa sessão de tortura. Ele estava preso com mais dois
jornalistas, George Benigno Duque Estrada e Rodolfo Konder, que confirmaram o
espancamento.
No dia 25 de Outubro, Vladimir
foi oficialmente "encontrado enforcado com o cinto de sua própria
roupa". Embora a causa oficial do óbito, divulgada pelos orgãos de
repressão da época, seja suicídio por enforcamento, há consenso na sociedade
brasileira de que ela resultou de intenso processo de tortura, com suspeição
sobre servidores do DOI-CODI, que teriam posto o corpo na posição encontrada,
pois as fotos exibidas mostram Vlado enforcado. Porém, nas fotos divulgadas há
várias inverossimilhanças. Uma delas é o fato de que ele se enforcou com um
cinto, coisa que os prisioneiros do DOI-CODI não possuíam. Além disso, suas
pernas estão dobradas e no seu pescoço há duas marcas de enforcamento, o que
mostra que sua morte foi feita por estrangulamento.
Na época, era comum que o governo
militar ditatorial divulgasse que as vítimas de suas torturas e assassinatos
haviam perecido por "suicídio", fuga ou atropelamento, o que gerou
comentários irônicos de que Herzog e outras vítimas haviam sido
"suicidados pela ditadura". Em sentença histórica, responsabilizando
a União pela morte, em outubro de 1978, o juiz federal Márcio Moraes pediu a
apuração da autoria e das condições da morte. Entretanto nada foi realizado
(Luiza Villaméa. "Memória e Silêncio". 28.Set.05. Isto É).
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