Desfile
Grupo Especial na Marquês de Sapucai
Horário:- 02h25 – 03h50
Dia 19/02/2012
Sambódromo Marquês de Sapucai
"São Luís - O Poema Encantado do Maranhão"
Sinopse
Areias infindas das terras das
palmeiras do meu país, depois do oceano, do areal extenso, o horizonte imenso,
onde a terra esboça luz. Upaon-Açu, solo sagrado, terra de encantarias, onde
vive em plena mata, a tribo dos homens nus. São guerreiros dos cumes dos
montes, dos vastos horizontes, onde canta o sabiá. São combatentes bravos, que
não se fizeram escravos do estalar do açoite dos que vieram te dominar.
Sem saber o que esperar, três
Coroas te cobiçaram as riquezas, os relatos do Novo Mundo inflamaram as
paixões, por cidades de ouro puro a serem descobertas, de fantásticos prazeres,
ilusão hiperbólica dos seres, transformados em quimera bestial.
A França te fundou, Holanda te
invadiu, mas Portugal conseguiu, por fim, te colonizar. Mas para tanto, o que
se deu foi um quadro medonho e triste, que, ao surgir, no mar se achou. Abrindo
as velas ao soprar das virações marinhas, surge espectro sombrio. Em meio às
brumas, desenha grande navio, que traz um canto funeral. Choro, amargura e
horror fazem do cúmulo da maldade, a mordaça da liberdade para triste multidão;
o navio da escravidão, ferida aberta nos mares, vem macular os ares de São Luís
do Maranhão.
Fatalidade atroz, envolve reis e
rainhas, soberanos de selvas longínquas da majestade dos leões. Ontem belos,
livres e bravos, agora míseros escravos; sem luz, sem lar, sem amplidões.
E a terra se desdobra, cresce,
evolui, se renova, a ferro, fogo e escravidão. Mas nos planos divinos, nos
reinos cristalinos, nos píncaros da luz eterna, surge nova terra, cultivada à
força da oração.
Upaon-Açu, ressurge agora mística
no poder dos voduns e ao som dos tambores de Daomé, na manifestação dos antigos
e na força do candomblé. Desse misticismo santo, surge a alegria e o encanto
das festas que te enfeitam, por vezes, como o Boi morto e ressuscitado da negra
mãe Catirina, celebração divina em meio a enfeitados casarões de azulejos
portugueses; teu folclore tem brilho farto, que à tua riqueza conduz.
Terra dos ludovicenses, Ilha do
Amor e dos mitos da Fonte do Ribeirão, da terrível serpente encantada, da lenda
da praia do olho dágua, de Iná princesa, e do milagre de Guaxenduba. Fala-se de
uma sinhá incompreendida, que virou assombração, e no soar da meia-noite, surge
o espectro sinistro, ouvem-se o ranger de correntes, estalar de açoites, seres
sombrios como a noite, escravos arrastados em imenso turbilhão.
E a Sinhá Ana Jansen sofre agora,
aprisionada em carruagem encantada por antigos escravos seus, furiosos,
desesperados, cortejo de celerados, esquecidos filhos de Deus. E a cena só
termina, quando o galo, na campina, anuncia o dia raiar.
São Luís, capital do Maranhão,
terra de Alcione, de Joãozinho Trinta, de Zeca Baleiro, de Rita Ribeiro, do
Reggae Brasileiro, de Gonçalves Dias, de Ferreira Gullar e Josué Montelo.
Vestindo a fantasia, vem celebrar
nossa folia o fofão, o vira-lata, cruz-diabo, o corso do meretrício e as
cabrochas a brincar com os mascarados dos salões do Moisés.
Em meio a tanta festa reluz o
Eldorado da bauxita, minério batizado pela Coroa que te fundou e que
desconheceu essa tua riqueza, que hoje é chama acesa para que possas progredir;
na luz dos céus incomparáveis do futuro que te aguarda, na imensidão, para te
consagrar, enfim, São Luís, pérola sagrada da Coroa encantada do glorioso
Maranhão.
Laíla
Diretor Geral de Carnaval
Laíla, Fran Sérgio, Ubiratan Silva, Victor Santos e
André Cezari
Comissão de Carnaval
Bianca Behrends
Pesquisa e Documentação Artística
Veja mais- http://www.beija-flor.com.br/
Vídeo:
Samba Enrredo
São Luís - O Poema
Encantado do Maranhão
Compositores: J. Velloso, Adilson China, Carlinhos do
Detran, Silvio Romai, Hugo Leal, Gilberto Oliveira, Samir Trindade, Serginho
Aguiar, JR Beija-Flor, Ricardo Lucena, Thiago Alves e Rômulo Presidente
Tem magia em cada palmeira que brota em seu chão
O homem nativo da terra
Resiste em bravura a dor da invasão
Do mar vem três coroas
Irmão seu olhar mareja
No balanço da maré
A maldade não tem fé sangrando os mares
Mensageiro da dor
Liberdade roubou dos meus lugares
Rompendo grilhões, em busca da paz
A força dos meus ancestrais
Na casa Nagô a luz de Xangô axé
Mina Jêje um ritual de fé
Chegou de Daomé, chegou de Abeokutá
Toda magia do Vodun e do Orixá
Ê rainha, o bumbá meu boi vem de lá
Eu quero ver o Cazumbá
Sem a serpente acordar
Hoje a minha lágrima transborda todo mar
Fonte que a saudade não secou
Ó Ana... assombração na carruagem
Os casarões são a imagem
Da história que o tempo guardou
No rádio o reggae do bom
Marrom é o tom da canção
Na terra da encantaria a arte do gênio João
Meu São Luís do Maranhão
Poema encantado de amor
Onde canta o sabiá
Hoje canta a Beija-Flor!