A Unidos da Tijuca foi declarada
a campeã do carnaval carioca de 2012. Com 299,9 pontos, a escola perdeu apenas
um décimo de ponto, na categoria Alegorias e Adereços. A segunda colocada foi a
Salgueiro, com apenas dois décimos de diferença. Em terceiro ficou a Vila
Isabel, com 299,5 pontos. As escolas rebaixadas foram a Porto da Pedra e a
Renascer de Jacarepaguá.
Com muita criatividade, a Unidos
da Tijuca desfilou a obra de Luiz Gonzaga no sambódromo do Rio nesta
terça-feira (21) de um jeito inusitado. Sem couro, gibão e outros elementos da
cultura sertaneja, a escola mostrou o enredo O Dia em que Toda a Realeza
Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão contando uma viagem de
reis e rainhas de todo o mundo para a coração do rei do sertão.
O enredo foi desenvolvido por
Paulo Barros, que desde 2004 tem surpreendido o público na comissão de frente e
nas alegorias. Apesar de falar de Nordeste e do sertão, o carnavalesco optou
por não usar as cores e elementos da estética tradicional da região. A história
da coroação de Luiz Gonzaga deu margem para o carnavalesco ousar nas alegorias,
com muitas coreografias, encenações e tecnologia.
Sempre muito aguardada, a
comissão de frente da escola apresentou a "Alma da Sanfona", com
dançarinos representando turistas guiados por Lampião e Maria Bonita. Os
integrantes trocavam de roupa durante o desfile, se transformando em sanfonas
vivas. Além disso, um tripé representava o instrumento e de dentro dela surgiu
um dançarino executando performances numa roupa sanfonada e colorida.
A primeira alegoria mostrou um
saguão de aeroporto, de onde surgiam realezas inusitadas, como Pelé, Roberto
Carlos, Michael Jackson, a rainha Elizabeth, Elvis Presley e outras figuras. No
carro, esculturas de jegues estilizadas em prata ofereciam serviços de 'Jegue
Taxi' às celebridades. Os personagens também apareceram em outros momentos do
desfile, pontuando aspectos da viagem pelo sertão até a coroação de Luiz
Gonzaga.
As alas mostraram as comidas
típicas do Nordeste, costumes dos sertanejos, e a beleza do artesanato local.
Outras alas mostraram as danças típicas, o colorido das roupas e a alegria do
povo nordestino. As baianas estavam fantasiadas com palhas, destacando as
criações artesanais da região. "Mercado de São José do Recife" foi a
segunda alegoria da escola, apresentando uma réplica do mercado municipal, com
objetos de cerâmica e diversos produtos do artesanato local.
O segundo casal de mestre-sala e
porta-bandeira, Vinícius e Jackellyne, iniciou uma ala em homenagem aos bonecos
de cerâmica criados pelo Mestre Vitalino. Uma grande ala com fantasias do
boneco seguiu o casal, marcando de marrom a passarela do samba. Na terceira
alegoria, mais 154 bonecos preenchiam um barraco de sapê cujo telhado era
formado por uma gangorra. Cada um dos integrantes carregava uma sanfona
prateada, que produziu um belo efeito visual em contraste com a cor do barro.
As alegorias desenvolvidas pela
Tijuca chamaram a atenção do público. "Missa do Vaqueiro", apresentou
um brinquedo de parque, o Crazy Dance, em que doze cavaleiros giravam em
diferentes direções sob um chão forrado de bois. Outro destaque foi a alegoria
que lembrou o Rio São Francisco, com peixes saltando de uma piscina de panos.
O encerramento do desfile contou
com uma alegoria que içava no alto da Sapucaí um ator encenando Luiz Gonzaga.
Na alegoria, 79 integrantes vestidos de pássaros brancos faziam uma coreografia
sob um fundo preto, lembrando a famosa canção "Asa Branca". Na
passarela, o efeito dos passistas coreografando os movimentos das asas
impressionou o público.
veja o Quadro Geral da Apuração por Quesitos.